Em entrevista ao jornal russo Kommersant, publicada na noite desta qunta-feira (13), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou que o Grupo Wagner “simplesmente não existe”. Putin falou isso baseando-se no fato de que na Rússia grupos paramilitares como o comandado por Prigozhin são “proibidos” de existir.
O presidente russo segue firme no objetivo de desvincular de seu governo a imagem dos mercenários que até pouco tempo atrás eram uma de suas principais forças no território ucraniano.
"Simplesmente não existe", disse Putin referindo-se à unidade paramilitar. "Não há uma lei sobre organizações militares privadas", garantiu ele.
Durante a entrevista, o presidente russo também falou sobre o encontro ocorrido entre ele, Prigozhin e militares do Wagner. Na reunião realizada no Kremlin, no último dia 29 de junho, Prigozhin teria recusado uma oferta para manter seus homens na Ucrânia.
"Todos poderiam ter permanecido em um único local e continuado a servir" e “nada teria mudado para eles. Eles teriam continuado a ser comandados pela mesma pessoa que já era seu comandante real", disse Putin referindo-se ao ministro da Defesa, Sergei Shoigu, com quem Prigozhin tem sérias desavenças.
O presidente afirmou que a proposta foi uma das “várias opções de emprego" que ele deu aos mercenários depois da rebelião, que terminou com o exílio de Prigozhin em Belarus e o desmantelamento do grupo. Em um pronunciamento realizado em junho, Putin já havia dado três opções para os mercenários que incluíam entrar nas forças armadas russas, ir para Belarus ou a desmobilização.
Atualmente o governo russo está concluindo o processo para repassar as armas do Wagner para o Ministério da Defesa. A medida é vista como uma tentativa do governo de Putin de neutralizar novas ameaças e reorganizar os mercenários que restaram do grupo nas forças regulares do país.