Moscou O presidente russo, Vladimir Putin, lançou ontem um violento ataque contra países ocidentais, entre os quais os Estados Unidos, que acusou de práticas imperialistas e de dar início a uma nova corrida armamentista. Em declarações dadas uma semana antes de participar da cúpula do Grupo dos Oito (G8) na Alemanha, Putin disse que os testes realizados pela Rússia na terça-feira com um novo míssil balístico são uma resposta direta aos esforços norte-americanos para criar um sistema de defesa antimíssil.
"Não somos os responsáveis por dar início a essa nova rodada da corrida armamentista", afirmou o presidente em uma entrevista coletiva concedida no Kremlin ao lado do presidente grego, Karolos Papoulias. "Não há necessidade nenhuma de temer as ações da Rússia: elas não são agressivas", disse. "Elas são uma mera resposta às ações duras e infundadas adotadas de forma unilateral por nossos parceiros. Nossa resposta tem por fim preservar o equilíbrio de forças no mundo."
Os comentários de Putin são os mais recentes de uma série de manifestações incisivas a respeito de países do Ocidente. Na terça-feira, a Rússia testou um novo míssil balístico intercontinental capaz de carregar várias ogivas e novos mísseis. Generais russos disseram que esses equipamentos são suficientes para garantir a segurança do país pelos próximos 40 anos. "Nossos parceiros estão enchendo o Leste Europeu de armas", afirmou Putin. "Diante disso, o que deveríamos fazer? Não podemos ficar apenas observando isso tudo."
O governo russo manifestou descontentamento com os planos dos EUA de instalar partes de um sistema global de defesa antimíssil na Polônia e na República Tcheca. O governo norte-americano diz que esse sistema é necessário para rechaçar ataques a serem eventualmente lançados por "países hostis" como o Irã. "Há um desejo claro de alguns dos participantes da ordem internacional de impor sua vontade a todos sem aderir às leis internacionais", afirmou Putin.
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