Em meio à disputa política com o Ocidente, o presidente Vladimir Putin aproveitou o desfile do Dia da Vitória para fazer propaganda de algumas de suas novas armas, inclusive os "invencíveis" novos mísseis nucleares do país aos quais ele se referiu em um discurso no começo do ano.
Foram mostradas armas como o míssil hipersônico Kinjal, instalado no ventre de um interceptador MiG-31, e o novo míssil intercontinental Iars, capaz de levar até dez ogivas nucleares a alvos distantes 12 mil km, como os Estados Unidos. Esses foram alguns dos novos equipamentos dos quais Putin havia falado.
Os novos tanques T-14 Armata, revolucionários por usar uma torre automatizada mas cuja produção é vista como cara e complexa, passaram pela praça Vermelha. Nos céus, voaram pela primeira vez dois caças com tecnologia furtiva Sukhoi-57, que recentemente foram enviados para testes secretos na Síria.
Ainda em solo, 13 mil soldados foram sobrevoados por caças avançados da Sukhoi e bombardeiros soviéticos modernizados, como o Tupolev-95 e o Tupolev-160.
Crítica
Em sua fala, Putin, que assumiu seu quarto mandato à frente do Kremlin na segunda (7), criticou a negação do papel dos soviéticos na derrota do nazismo na Segunda Guerra Mundial, motivo da data comemorativa. "Hoje há tentativas de negar o feito de um povo que salvou a Europa e o mundo da escravidão, do extermínio e dos horrores do Holocausto. Nós nunca vamos permitir isso", afirmou.
A rendição alemã ocorreu na noite do dia 8 de maio de 1945, quando já era o dia 9 na então União Soviética. O país pagou o maior custo humano do conflito. As estimativas variam, mas talvez 27 milhões de soviéticos morreram, mais da metade composta por civis, nada menos que 13% da população de 1940. Ao todo, foram mortas entre 70 milhões e 85 milhões de pessoas entre 1939 e 1945.
Basicamente não há família na Rússia, e nas antigas repúblicas soviéticas, que não tenha perdido algum parente no conflito que começou com a invasão nazista de 1941. Até então, a ditadura comunista de Josef Stálin era aliada do seu homólogo nazista Adolf Hitler. Ainda hoje o período é chamado de Grande Guerra Patriótica no país, e foi vital para cimentar o poder soviético interna e externamente.