O presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante uma reunião no Kremlin realizada na segunda-feira (17).| Foto: EFE/EPA/ALEXANDER KAZAKOV/SPUTNIK/KREMLIN
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O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, confirmou nesta quarta-feira (19) que o mandatário da Rússia, Vladimir Putin, não comparecerá à cúpula do grupo de economias emergentes Brics, em agosto, após meses de polêmica sobre o mandado de prisão internacional que pesa sobre o russo.

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"De comum acordo, o presidente Vladimir Putin, da Federação Russa, não participará da cúpula, mas o país será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov", disse a presidência sul-africana em um comunicado.

A África do Sul, que sediará a cúpula dos Brics entre os dias 22 e 24 de agosto em Joanesburgo, estava no centro das atenções desde março quando confirmou o convite ao presidente russo para participar das reuniões, apesar da ordem de prisão expedida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra ele por crimes de guerra na Ucrânia.

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Como membro do TPI, a África do Sul é obrigada a cooperar na prisão de Putin, mas o país até agora evitou revelar como procederia se o presidente russo desembarcasse em seu território.

No entanto, Ramaphosa recusou-se a prender o mandatário russo porque seria como uma "declaração de guerra" contra a Rússia, informou o Tribunal Superior de Gauteng, que publicou na terça (18) uma declaração do presidente.

“Seria contrário à nossa Constituição arriscar entrar em guerra com a Rússia”, disse Ramaphosa em resposta a uma ação movida pelo principal partido de oposição da África do Sul, a Aliança Democrática (AD), buscando uma “ordem declaratória” garantindo a prisão de Putin.

A África do Sul afirma ter assumido uma posição neutra na guerra da Rússia contra a Ucrânia e pediu diálogo e diplomacia para resolver o conflito.

Esta posição não está apenas ligada ao papel estratégico, político e econômico que Moscou tem em alguns países africanos, mas também a razões históricas como o apoio russo aos movimentos anticoloniais e de libertação do século XX, como a luta contra a regime segregacionista do "apartheid".

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Brasil, Rússia, Índia e China criaram o grupo BRIC em 2006, ao qual a África do Sul aderiu em 2010, que acrescentou a letra S à sigla.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]