Fontes ligadas ao presidente da França, Emmanuel Macron, disseram neste sábado (12) que o presidente russo, Vladimir Putin, não tem intenção de "parar a guerra" e alertaram que Alemanha e França planejam aplicar sanções profundas a Moscou, em níveis comparáveis às praticadas contra o Irã.
Linha do tempo: o que aconteceu na guerra da Ucrânia até agora?
"O presidente (Macron) e o chanceler (da Alemanha, Olaf Scholz) o colocaram contra a parede por não respeitar seus compromissos", disseram fontes do Palácio do Eliseu, sede do governo francês, após uma conversa que Macron e Scholz tiveram com Putin por telefone.
"Vamos aplicar novas sanções, as mais severas, ao nível daquelas aplicadas à Coreia do Norte, Síria e Irã, mas estamos mantendo algumas de reserva, de natureza sistêmica", disseram as fontes do governo francês, assumindo que estas sanções também terão um impacto nas economias europeias. Seu alcance será determinado no fim de semana.
Macron também conversou com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Fontes do Eliseu disseram que o ucraniano pediu ajuda ao mandatário francês para obter informações sobre o desaparecimento do prefeito de Melitopol, perto da cidade sitiada de Mariupol, supostamente capturado por soldados russos.
Avaliações francesas sobre o conflito
Segundo o Eliseu, Putin "não tem intenção de parar a guerra" e continua "determinado" a alcançar seus objetivos. Além disso, notou uma mudança de tom no discurso do presidente russo, que ele não fala mais em "desnazificação" da Ucrânia ou deposição do presidente Zelensky.
"Tem sido uma conversa difícil, o presidente (Macron) está recorrendo a todos os instrumentos diplomáticos para evitar o pior, como o uso de armas ilícitas (como as químicas) ou outros cenários que acarretarão a aniquilação de cidades e civis, que são inclassificáveis", acrescentou fonte do governo francês.
A situação em cidades sitiadas como Mariupol é classificada como "humanamente insustentável, Putin tem que acabar com o cerco", explicaram as fontes. Nesse sentido, Paris e Berlim chamaram de "mentirosa" a versão do Kremlin, que acusava forças "nacionalistas" ucranianas de violar o direito internacional humanitário.
Sobre o cometimento de crimes de guerra por parte da Rússia, a presidência francesa esclareceu que essa avaliação cabe ao Tribunal Penal Internacional, embora tenha dito que "sitiar cidades com civis ou atacar infraestruturas básicas", como Moscou tem feito, se enquadra nesta classe de crimes.
Segundo fontes francesas, a União Europeia e os Estados Unidos decidiram "não ir à guerra" contra a Rússia, mas apoiam a Ucrânia.
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