O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, disse que está pronto para considerar uma ajuda à Venezuela no desenvolvimento de seu programa de energia nuclear, depois de se encontrar com o presidente Hugo Chávez nesta quinta-feira (25).
A medida em direção à cooperação mais próxima no setor militar entre Moscou e Caracas acontece pouco depois do conflito na Geórgia, que causou condenações generalizadas do Ocidente sobre a intervenção russa no país.
A proposta de apoio a Chávez, um crítico declarado dos Estados Unidos, acontece dias depois de a Rússia bloquear uma reunião entre líderes de grandes potências na ONU em Nova York para discutir sanções contra o Irã por seus planos nucleares.
"Estamos todos prontos para operar na esfera da energia atômica pacífica", disse Putin no início de uma conversa com Chávez em sua residência nos arredores de Moscou.
A visita do líder sul-americano acontece uma semana depois que aviões russos de bombardeio voaram até a Venezuela.
"Não posso deixar de te agradecer pela recepção cordial dada aos nossos bombardeiros estratégicos que ficaram por vários dias na Venezuela", disse Putin.
Em uma segunda manobra militar, navios de guerra russos estão se dirigindo para o Caribe para exercícios militares em conjunto com a Venezuela.
A Rússia deixou claro que os exercícios militares recentes são uma resposta aos Estados Unidos, que mandaram navios de guerra para levar ajuda humanitária para a Geórgia.
"Amigo Vladimir"
Chávez, que chamou Putin de "amigo Vladimir", espera aprofundar os laços militares com a Rússia durante sua visita de dois dias. Putin disse que a Rússia está pronta para considerar vendas de armas para a Venezuela, acrescentando que Moscou estava prestando mais atenção em toda a região.
"A América Latina está se tornando uma ligação muito importante na corrente do novo mundo multi-polar que está se formando, e iremos prestar mais e mais atenção nessa direção de nossas políticas econômicas e externas", disse.
No dois últimos anos, 12 contratos de armas com o valor total de 4,4 bilhões de dólares foram assinados entre Rússia e Venezuela, segundo uma fonte do Kremlin. A Rússia também decidiu oferecer à Venezuela um crédito de 1 bilhão de dólares para comprar mais armas, disse a fonte.
Agências de notícias russas disseram que a Venezuela mostrou interesse na compra de submarinos, armas anti-aéreas e aviões militares.
Os Estados Unidos e a União Européia são dependentes das exportações de petróleo e gás vindos da Venezuela e da Rússia, outra esfera na qual Putin anunciou mais cooperação.
"Estou muito feliz de dizer que o lançamento da primeira plataforma de petróleo da Gazprom no golfo venezuelano está prevista para o final de outubro", disse Putin.
A fonte do Kremlin disse que a cooperação nos setores de energia e mineração seria um tópico importante nas conversas. As empresas russas de energia e mineração como Gazprom, Lukoil, TNK-BP e Rusal já operam na Venezuela.
"A cooperação no setor de energia e mineração continua sendo a principal prioridade para cooperação econômica", disse a fonte.
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