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Presidente russo Vladimir Putin participa de evento no prédio do Parlamento em Ulan Bator, na Mongólia | B.Rentsendorj/Reuters
Presidente russo Vladimir Putin participa de evento no prédio do Parlamento em Ulan Bator, na Mongólia| Foto: B.Rentsendorj/Reuters

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Um militar ucraniano informou ontem que 87 corpos de soldados mortos em batalhas contra rebeldes russos foram encontrados no sudeste da Ucrânia. Mykhailo Logvinov, militar no sudeste da cidade ucraniana de Zaporizhye, disse que os corpos foram deixados em Ilovaysk, no leste da Ucrânia. Ele também informou que os restantes estão sendo identificados por especialistas forenses. Os rebeldes perseguiram forças ucranianas em Ilovaysk e outras áreas do leste na última semana, forçando-os a recuar.

Cessar-fogo

A proposta de cessar-fogo teve pouco impacto no leste da Ucrânia, palco dos conflitos. O bombardeio na cidade de Donetsk, controlada pelos rebeldes, continuou e colunas de fumaça foram vistas na área que inclui o aeroporto da cidade. Líderes rebeldes disseram ter pouca fé que as forças ucranianas irão respeitar qualquer trégua nos combates.

Sob ameaça de novas sanções econômicas, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, divulgou ontem um plano para encerrar o conflito entre as forças da Ucrânia e os separatistas na fronteira entre os países.

O gesto do dirigente russo ocorreu após conversa por telefone com o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, e coincidiu com a véspera da cúpula da Otan (aliança militar ocidental), que ocorre hoje e amanhã, no País de Gales. O evento deve reforçar a posição das potências ocidentais contra Moscou, a quem acusam de incentivar a ação dos rebeldes.

A União Europeia tem ameaçado o país com mais um pacote de sanções econômicas. Após conversar com Putin, Poroshenko, esperado na cúpula da Otan, protagonizou uma confusão ao anunciar um acordo de "cessar fogo" com o país vizinho.

Teve de recuar depois de o governo russo desmentir a informação -- afinal, para a Rússia, confirmá-la seria admitir sua interferência na ação dos rebeldes, algo que Putin nega até agora.

Os dois presidentes, então, ajustaram o discurso: houve avanço nas tratativas de tentar colocar em prática, a partir de amanhã, um "processo de paz" no conflito, que já matou pelo menos 2,4 mil pessoas no leste ucraniano.

Em visita à Mongólia, Putin enumerou os pontos que, para ele, são fundamentais para encerrar o conflito.

As medidas consistem em interromper qualquer ação de ambos os lados, incluindo suspensão de aviões militares em área civil, além da permissão para monitoramento internacional da situação, libertação de rebeldes detidos, facilitação do auxílio a refugiados e reconstrução de áreas destruídas.

Não está claro, no entanto, até que ponto os separatistas estariam dispostos a aceitar os apelos do presidente russo, já que, segundo o próprio Putin, as ações da milícia rebelde não têm qualquer influência do Kremlin. E os embates continuaram ontem.

O presidente americano, Barack Obama, reagiu com cautela às palavras de Putin. Lembrou que outros acordos anunciados não tiveram sucesso. "Não pode haver um acordo político se a Rússia continuar enviando tanques, instrutores, tropas para a Ucrânia", disse.

O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, afirmou que a posição russa em defender o processo de paz é uma "tentativa de enganar a comunidade internacional" para evitar novas sanções do Ocidente.

Apelo

Obama diz que Otan precisa fortalecer o Exército da Ucrânia

Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu à Otan que ajude a fortalecer o Exército da Ucrânia e disse que a aliança deve manter as portas abertas a novos membros para conter o que chamou de agressão da Rússia. Obama falou na Estônia, uma das três ex-repúblicas soviéticas bálticas na fronteira com a Rússia que temem que a rebelião separatista no leste da Ucrânia possa resultar em problemas para elas, que também têm minorias étnicas russas. Obama, que participa hoje de uma cúpula da Otan no País de Gales, acusou a Rússia de realizar um "ataque descarado" à Ucrânia, que luta há cinco meses contra separatistas pró-Rússia que Moscou descreve como uma força de defesa se protegendo de agressores ucranianos.

Parceiros

"A Otan precisa assumir compromissos concretos para ajudar a Ucrânia a modernizar e fortalecer suas forças de segurança. Precisamos fazer mais para ajudar nossos parceiros na Otan, incluindo Geórgia e Moldávia, a fortalecer suas defesas também", disse ele em discurso em uma sala de concerto lotada na capital da Estônia.

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