Moscou (EFE) O presidente russo, Vladimir Putin, ouviu ontem a dor de familiares das vítimas do massacre de Beslan e declarou que o "Estado não pode garantir plenamente a segurança de seus cidadãos" diante dos ataques terroristas. "Lamentavelmente, isto se refere não só a nosso Estado", disse o presidente a seus interlocutores, que pediam responsabilidades pela incompetência das autoridades durante a crise dos reféns em Beslan, onde morreram 331 pessoas, incluindo 186 crianças. A tragédia começou com um seqüestro organizado por rebeldes chechenos na abertura do ano letivo passado, no dia 1.º de setembro de 2004.
Putin lembrou os ataques terroristas cometidos nos EUA, Espanha e Grã-Bretanha, e disse sobre os fatos do 11 de setembro que "às forças de ordem e aos serviços secretos (norte-americanos) aconteceu um terrível atentado, pelo que morreram milhares de pessoas".
Putin acrescentou que na primeira metade da década de 1990, em conseqüência dos graves eventos na Chechênia, as Forças Armadas e os serviços secretos da Rússia "estavam muito mal". Diferentemente do que se temia, a reunião no Kremlin não terminou em um escândalo, e seus participantes disseram que puderam expressar ao presidente tudo o que desejavam.
"Falamos de responsabilidade, do destino das crianças que têm a vida pela frente e das crianças que não chegaram a viver a sua, e também de responsabilidade e de negligência", disse Susana Dudiyeva, presidente do comitê "Mães de Beslan".
Dudiyeva acrescentou que tem a impressão de que o presidente "ouviu a mensagem", pois prometeu que, em breve, os resultados desta franca conversa "serão vistos".
Esta foi a primeira reunião de Putin com parentes das vítimas desde a noite de 4 de setembro de 2004, quando o presidente visitou em segredo Beslan e foi ao hospital dessa cidade da Ossétia do Norte atacada por um comando terrorista checheno.
Putin, que durante um ano não ouviu os pedidos do comitê para se reunir com as "Mães de Beslan", as chamou a ir a Moscou ontem, convite que levantou a ira dos parentes das vítimas, que finalmente decidiram aceitar.
Além de Dudiyeva, participaram da reunião outros sete sobreviventes e familiares de vítimas do seqüestro, incluindo Aneta Gadiyeva, convidada a sentar-se ao lado de Putin, e o novo presidente da Ossétia do Norte, Teimuraz Mamsurov, cuja filha foi gravemente ferida na escola de Beslan.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião