| Foto: Reuters

O presidente Dmitri Medvedev fez uma cuidadosa coreografia neste sábado para propor o nome de seu primeiro-ministro e ex-chefe de Estado, Vladimir Putin, como candidato às eleições presidenciais do próximo ano, em um discurso pronunciado por ocasião do congresso de seu partido.

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"Considerando que me foi oferecido dirigir a lista do partido, estarei, no caso de êxito, disposto a trabalhar ativamente no governo, e acho que seria bom que o congresso apoiasse a candidatura do chefe do partido, Vladimir Putin, ao posto de presidente", declarou Medvedev.

Putin afirmou, em seguida, que será uma grande honra para ele ser candidato à presidência em 2012, acrescentando que o atual presidente poderá ser o próximo chefe de Estado.

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"Estou seguro de que a Rússia Unida vai vencer (as legislativas de dezembro) e que, com base nesse apoio popular, Dimitri Anatolevich (Medvedev) poderá formar uma nova equipe, jovem, eficaz e enérgica, e dirigir o governo da Rússia", declarou Putin ante 11.000 integrantes do partido no poder.

Medvedev e Putin foram ovacionados pelos militantes do Partido Rússia Unida que participam no congresso celebrado no Palácio dos Esportes Lujniki, em Moscou.

Apesar de sua posição como primeiro-ministro, Putin continua sendo a figura de maior influência na Rússia desde que chegou à presidência em 2000, e possui uma legião de fãs ardorosos, a quem encanta com suas variadas demonstrações de virilidade e atletismo.

"A pessoa mais influente do país volta ao posto mais influente do país", limitou-se a comentar a analista Maria Lipman, do Carnegie Moscow Centre.

Há muito era conhecido que o ex-agente do KGB preparava uma volta ao poder, já que a impossibilidade de um terceiro mandato presidencial consecutivo o levou a indicar seu herdeiro político, Medvedev, como presidente.

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Putin tem agora a perspectiva de ficar no Kremlin até o ano 2024 graças à reforma constitucional que estendeu o mandato presidencial para 6 anos.

Ele virou o símbolo da volta da Rússia à estabilidade depois do caos dos anos posteriores à dissolução da URSS e o fim do comunismo.

Quando, em agosto de 1999 foi nomeado primeiro-ministro pelo presidente Boris Yeltsin, desacreditado e arruinado pelo álcool, a Rússia era um país empobrecido e fragilizado pela crise financeira de 1998.

Na época, a Rússia era outro país, sinônimo para os ocidentais de grave crise econômica, de onipresença das máfias e de um envelhecido Yeltsin.

Agora é a Rússia dos petrodólares, das ambições recobradas, e também do confronto com o Ocidente.

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Os anos Putin representam também o retorno ao primeiro plano das "estruturas de força", o outro nome dos agentes do KGB e dos oficiais das forças armadas, dos quais Putin era o chefe quando foi escolhido, em 1999 por Boris Yeltsin, para sucedê-lo.