Vladimir Putin, que estava em um campeonato de judô em Chelyabinsk, pediu negociação entre rebeldes pró-russos e Ucrânia| Foto: Reuters/Alexei Druzhinin/RIA Novosti/Kremlin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu ontem que o governo da Ucrânia negocie sobre o modelo de Estado do país, como uma solução para o conflito entre as tropas de Kiev e os separatistas do leste do país. A maior autonomia para as regiões é vista pela Rússia como uma forma de garantir os direitos da maioria russa na região, mas foi recusada diversas vezes pelas autoridades ucranianas.

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Em discurso na televisãoestatal Canal 1, Putin defendeu o início de negociações substanciais sobre o assunto para garantir liberdade para que as regiões possam gerenciar seus orçamentos e manter sua cultura. "Se alguém pensa que os rebeldes não vão reagir e só vão esperar as prometidas negociações enquanto se dispara contra cidades e povos do sudeste da Ucrânia, é refém de algum tipo de ilusão", disse o líder russo.

Prejuízo

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Para ele, o debate sobre a mudança é prejudicado pela campanha eleitoral. "Os candidatos querem mostrar que são durões. Nessas circunstâncias, é difícil esperar que alguém se pronuncie pela paz e não por uma solução militar ao problema". A frase de Vladimir Putin, porém, não deve reverberar na Ucrânia. Em diversas ocasiões, o presidente Petro Poroshenko defendeu a manutenção do atual padrão territorial, em que o governo central nomeia os governadores das regiões.

Petro Poroshenko ainda negou a inclusão do russo entre as línguas oficiais do país, assim como a permissão para que as escolas públicas ensinem o idioma. Por outro lado, prometeu garantir a preservação da cultura no leste do país.

Conflito

Segundo a ONU, o conflito entre o Exército ucraniano e os separatistas pró-Russia deixou 2.593 mortos desde abril, quando começou o levante nas regiões de Donetsk e Lugansk, principal área dos aliados do presidente deposto Viktor Yanukovich.

Desde então, a Ucrânia acusa a Rússia de interferir no conflito com o envio de tropas e recursos para os insurgentes. Aliados de Kiev, Estados Unidos e União Europeia lançaram uma série de sanções contra Moscou para impedir a ação russa. Na semana passada, a Otan afirmou que dezenas de tanques e cerca de mil soldados russos estão ajudando os separatistas a tomar Novoazovsk, na região de Donetsk.

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A Rússia nega qualquer interferência econômica e militar no conflito. No sábado, a União Europeia exigiu que os russos retirassem os soldados, sob a ameaça de aplicar mais sanções à economia russa. O governo americano também planeja novas punições. Durante a madrugada de domingo, Rússia e Ucrânia trocaram combatentes presos devido ao conflito. Enquanto Kiev liberou dez soldados russos acusados de cruzar a fronteira ilegalmente, Moscou entregou ao vizinho 63 militares ucranianos.