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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta terça-feira (9) que foi desencadeada uma "verdadeira guerra" contra o seu país. Ele também garantiu a vitória e classificou como "criminosa" a ideologia de supremacia que, segundo o Kremlin, os dirigentes ocidentais defendem.
"Uma verdadeira guerra foi mais uma vez desencadeada contra a nossa pátria. Mas nós resistimos ao terrorismo internacional e vamos também defender os habitantes do Donbas e garantir a nossa segurança", disse Putin durante o seu discurso no desfile militar na Praça Vermelha pelo 78º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Putin enfatizou que a Rússia "não tem povos inimigos nem hostis, nem no Ocidente nem no Oriente" e que, assim como a maioria absoluta dos países do mundo, anseia por "um futuro pacífico, livre e estável".
Ao mesmo tempo, acusou o Ocidente de esquecer o que aconteceu quando a Alemanha de Hitler procurou dominar o mundo desencadeando a guerra em 1939 e avisou que "a ambição sem limites, a arrogância e a permissividade conduzem inevitavelmente à tragédia".
"Consideramos que qualquer ideologia de supremacia é, por natureza, repugnante, criminosa e mortal. Em vez disso, as elites globalistas continuam a defender a sua exclusividade, a colocar as pessoas umas contra as outras e a dividir as sociedades, a provocar conflitos sangrentos e golpes de Estado, a semear o ódio, a russofobia e o nacionalismo agressivo", enfatizou.
O mandatário russo acusou os países ocidentais de "impor a sua vontade, os seus direitos, as suas regras" e forjar "um sistema de saques, violência e opressão" no qual também destroem "os valores tradicionais que fazem de um homem um homem".
"Parecem ter se esquecido ao que levou a insana aspiração de domínio mundial dos nazistas, que destruíram esse mal monstruoso e absoluto e que não pouparam vidas em nome da libertação dos povos da Europa", disse, aludindo ao Exército Vermelho.
Ucrânia
Putin também disse que o povo ucraniano está vivendo uma "catástrofe", mas não por causa da intervenção militar lançada pela Rússia em fevereiro de 2022.
"A Ucrânia é refém de um golpe de Estado e do regime criminoso instaurado como consequência, assim como dos seus amos ocidentais. É uma moeda de troca para a realização dos seus planos cruéis e lucrativos", afirmou.
Putin se mostrou orgulhoso dos que participam na chamada "operação militar especial" e destacou que "todo o país" apoia seus "heróis".
"Não há nada mais importante agora do que o trabalho de vocês. A segurança do país está em vocês, o futuro do nosso Estado e do nosso povo depende de vocês", disse no seu discurso às tropas.
No final do desfile, Putin e os únicos líderes estrangeiros presentes - de Belarus, Armênia, Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão, Tadjiquistão e Turcomenistão - deixaram um ramo de flores no túmulo do soldado desconhecido, ao pé das muralhas do Kremlin.