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Investigação

Putin responde “não” ao pedido dos americanos para extraditar Snowden

Vista externa do aeroporto Sheremetyevo, de Moscou, onde Snowden está desde domingo, vivendo na área de trânsito | Tatyana Makeyeva/Reuters
Vista externa do aeroporto Sheremetyevo, de Moscou, onde Snowden está desde domingo, vivendo na área de trânsito (Foto: Tatyana Makeyeva/Reuters)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, rejeitou ontem os pedidos dos EUA para extraditar Edward Snowden, ex-funcionário de uma empresa que presta serviços para o governo norte-americano e que tornou públicos programas de vigilância a cidadãos norte-americanos e estrangeiros.

Putin disse que Snowden é livre para viajar para onde quiser e afirmou que as agências de segurança russas não entraram em contato com ele.

Snowden está na zona de trânsito do aeroporto de Moscou desde domingo e não passou pela imigração russa, declarou Putin, o que significa que, tecnicamente, ele não está na Rússia. O episódio lembra o filme O Terminal, de Steven Spielberg, em que um imigrante interpretado por Tom Hanks se vê sem documentos para entrar nos EUA e não pode voltar para casa por causa de um impasse político em seu país.

Após chegar no domingo num voo vindo de Hong Kong, Snowden reservou um assento num voo que foi para Havana na segunda-feira. Acreditava-se que ele passaria pela Venezuela e então seguiria para um possível asilo no Equador, mas ele não pegou o voo.

Desde então, o paradeiro de Snowden é um mistério. As declarações de Putin foram a primeira vez que a Rússia deixou claro que sabe onde ele está. Há muitas especulações de que as agências de segurança russas podem querer manter Snowden na Rússia para obter mais informações dele, mas Putin negou essa possibilidade.

"Nossos serviços especiais nunca trabalharam com o senhor Snowden e não estão trabalhando com ele atualmente", disse Putin em coletiva de imprensa realizada durante visita à Finlândia. O líder russo disse que, como não há acordo de extradição com os EUA, seu país não pode atender ao pedido.

"O senhor Snowden é um homem livre e quanto mais cedo ele decidir seu destino final, melhor será para nós e para ele. Espero que isso não afete as características comerciais de nossas relações com os EUA e espero que nossos parceiros compreendam isso", disse Putin.

O secretário de Estado norte-americano John Kerry disse ontem que, embora os EUA não tenham um tratado de extradição com a Rússia, o país quer que Moscou cumpra com a prática de direito comum entre os países no que diz respeito a fugitivos.

A firme recusa de Putin em considerar a extradição de Snowden reflete a prontidão da presidência russa em desafiar Washington, num momento em que as relações entre os dois países já estão abaladas por causa da questão síria e da proibição da Rússia em permitir a adoção de crianças por norte-americanos.

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