O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez nesta quarta-feira (21) seu discurso anual na Assembleia Federal, o parlamento russo. Em um pronunciamento de aproximadamente 1h20, ele criticou "ações hostis" de outros países e alertou que, caso limites sejam ultrapassados, a resposta do país será "assimétrica, rápida e dura". Recentemente, o país reforçou a presença militar na fronteira com a Ucrânia, elevando a tensão e gerando preocupação nos países do Ocidente.
"Nós realmente não queremos queimar pontes. Mas se alguém encara nossas boas intenções como fraqueza ou indiferença e pretende queimar permanentemente ou até mesmo explodir essas pontes, ele mesmo deve saber que a resposta da Rússia será assimétrica, rápida e dura", afirmou Putin, ao dizer que "parece um novo esporte tentar atingir a Rússia".
Sem citar diretamente os Estados Unidos, o presidente russo criticou as sanções impostas na semana passada pelo norte-americano Joe Biden, motivadas por interferência nas eleições e ataques virtuais. "Todo o mundo, infelizmente, parece já estar acostumado à prática de sanções econômicas ilegais, politicamente motivadas, a tentativas grosseiras de alguns de impor a sua vontade a outros à força. Hoje essa prática está se transformando em algo mais perigoso", ressaltou.
Putin disse ainda que a Rússia tem seus interesses que e encontrará formas de defendê-los contra quem não os respeita. "Se outros países não querem dialogar e escolhem um tom arrogante, a Rússia encontrará uma forma de proteger seus interesses", assegurou.
O governante fez ainda um balanço das ações contra a pandemia de Covid-19 no país, destacando um "avanço notável" dos cientistas russos ao desenvolver três vacinas contra o coronavírus. "A vacina tem hoje uma importância capital (...) para permitir que se desenvolva a imunidade coletiva no outono", afirmou, fazendo um apelo para que toda a população se vacine.