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Tensão na Rússia

Putin se diz “apunhalado pelas costas” pelo grupo Wagner; mercenários rebatem: “somos patriotas”

Vladimir Putin acusa grupo Wagner de traição durante pronunciamento feito à TV na Rússia. (Foto: EFE / SERGEI ILNITSKY)

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Em um pronunciamento feito em rede de televisão na Rússia neste sábado (24), o presidente Vladimir Putin classificou as ações recentes do grupo paramilitar Wagner como uma “traição” e disse ter sido “apunhalado pelas costas” por Yevgeny Prigozhin, líder do Wagner. Prigozhin, por sua vez, disse que Putin está “muito equivocado” em suas acusações contra os combatentes, e garantiu que o grupo é formado por “patriotas”.

O clima de tensão se acirrou depois da acusação de Prigozhin de que tropas russas atacaram acampamentos do grupo Wagner e mataram “dezenas” de homens. “Estávamos prontos para fazer concessões ao Ministério da Defesa para entregar nossas armas e encontrar uma solução para continuar defendendo nosso país. Mas esses canalhas não se acalmaram”, acusou o líder do Wagner, que prometeu “responder às atrocidades”.

A resposta de Prigozhin veio neste sábado na forma da tomada do quartel-general do Exército Russo em Rostov, um dos principais pontos de coordenação da ofensiva de Putin contra a Ucrânia. Em vídeo divulgado no Telegram, o líder do Wagner aparece ao lado de homens uniformizados afirmando que não houve resistência por parte dos militares russos.

“Estamos no quartel-general, são 7h30 da manhã. Os locais militares de Rostov estão sob controle, incluindo o aeródromo. Nós vamos destruir qualquer um que esteja no nosso caminho. Estamos avançando, e vamos até o fim”, disse Prigozhin.

"Rebeldes serão inevitavelmente punidos", disse Putin

No pronunciamento que fez à TV russa, Putin afirmou que não permitirá que se instaure uma guerra civil, e garantiu que os paramilitares rebeldes “serão inevitavelmente punidos”. Ele também pediu às pessoas que, segundo Putin, “foram enganadas” pelo Wagner para que desistam da ofensiva.

“Serão tomadas medidas decisivas para estabilizar a situação em Rostov, que é difícil. Qualquer agitação interna é uma ameaça mortal para o nosso Estado. É uma punhalada pelas costas para nosso país e nosso povo. Estamos enfrentando exatamente uma traição. Uma traição causada pela ambição desmedida e pelos interesses pessoais de Prigozhin”, declarou o presidente russo.

Em resposta, Prigozhin disse que Putin estava “muito errado”. “Somos patriotas. Ninguém planeja se render a pedido do presidente, dos serviços de segurança ou de qualquer outra pessoa”, reforçou o líder do Wagner.

"Mentiras" do Kremlin seriam sinal de fraqueza

Prigozhin ainda acusou o Kremlin de mentir sobre a real situação dos fronts da guerra contra a Ucrânia. Segundo o líder do grupo paramilitar, “um grande número de territórios conquistados se perdeu, e muitos soldados morreram” – as estimativas de Prigozhin são de que as tropas russas perdem até “mil homens por dia” entre mortos, feridos, desaparecidos e desertores.

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, afirmou que o clima de conflito interno russo é uma demonstração clara de fraqueza do Kremlin. “É uma fraqueza óbvia, em grande escala. E quanto mais a Rússia mantiver suas tropas e mercenários em nossa terra, mais caos, dor e problemas ela terá para si mesma mais tarde”, concluiu.

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