O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sugeriu nesta quinta-feira (5) que a queda de avião que matou Yevgeny Prigozhin, líder do grupo mercenário Wagner, foi causada pela detonação de granadas dentro da aeronave da Embraer onde também estavam o número 2 da milícia, Dmitry Utkin, e outras oito pessoas.
Segundo informações da agência Reuters, em uma reunião do Clube de Discussão Valdai, no resort de Sóchi, no Mar Negro, Putin disse que “fragmentos de granadas de mão foram encontrados nos corpos dos mortos na queda do avião”.
“Não houve impacto externo no avião – isso já é um fato estabelecido”, afirmou Putin, que não deu maiores detalhes sobre essas informações, mas criticou a investigação por não ter realizado testes de álcool e drogas nos corpos de Prigozhin e das outras vítimas. “Na minha opinião, tais exames deveriam ter sido realizados, mas não foram”, disse o presidente russo.
Em 23 de agosto, o avião que transportava o líder do Grupo Wagner caiu na região russa de Tver. Uma comissão russa está investigando a queda do avião, mas as autoridades locais descartaram uma apuração sob regras internacionais porque o voo era doméstico.
Dado o grande histórico do presidente russo de eliminar ex-aliados, políticos do Ocidente e opositores de Putin acreditam que Prigozhin foi vítima de uma ação do Kremlin: o líder do Grupo Wagner havia caído em desgraça após liderar uma rebelião contra o governo russo no final de junho.
Até o motim, a milícia vinha ajudando as forças russas na guerra na Ucrânia, mas Prigohzin criticava fortemente o comando militar do país invasor devido a erros de estratégia e falta de apoio. Por fim, a rebelião foi iniciada porque o líder mercenário alegou que um acampamento do Wagner havia sido alvo de um ataque das tropas russas.