Em visita a Cuba, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (11) esperar que a companhia petrolífera russa Rosneft e a estatal cubana Cupet possam começar a explorar as potenciais reservas de petróleo no mar da ilha caribenha "em um futuro muito próximo".
Cuba é a primeira parada de Putin em seu giro de seis dias pela América Latina, que incluirá a Argentina e o Brasil --o presidente russo viajará ao Rio para a final da Copa, neste domingo (13), e depois irá para Fortaleza (CE), onde participará da cúpula do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) a partir do dia 15 de julho.
Em Havana, Putin se encontrou com o ex-ditador Fidel Castro, 87, afastado do poder desde 2008 por razões de saúde.
Detalhes do encontro não foram divulgados. O líder russo também participou de duas cerimônias com o atual ditador, Raúl Castro, irmão de Fidel: ambos depositaram flores num monumento a soldados soviéticos e em outro que homenageia José Martí (1853-1895), herói da independência cubana.
A viagem do presidente da Rússia ocorre enquanto ele é pressionado pelos EUA e por seus aliados para que contenha a ação dos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, região conflagrada desde o final de fevereiro, quando o presidente ucraniano Viktor Yanukovich, aliado de Putin, foi deposto.
Pouco antes do início da visita de Putin, as companhias petrolíferas russas Rosneft e Zarubezhneft concordaram em ajudar a Cupet a explorar o mar de Cuba --as reservas de petróleo em terra são limitadas, e o país depende de importações da Venezuela para o seu consumo.
Qualquer descoberta de petróleo seria um impulso para Cuba, que, sob embargo dos EUA, está desesperada por investimento estrangeiro e tem dificuldades para cumprir suas obrigações com os credores. Nesta semana, o Parlamento russo aprovou perdão de 90% da dívida contraída por Cuba com a extinta União Soviética, o que representa cerca de US$ 32 bilhões.