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Vladimir Putin
Presidente da Rússia, Vladimir Putin| Foto: EFE/EPA/SERGEI BOBYLEV/SPUTNIK/KREMLIN

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, votou neste sábado, por via eletrônica, nas eleições locais e regionais que se realizam de sexta-feira a domingo em todo o país e, pela primeira vez, nas quatro regiões ucranianas anexadas em 2022, e incentivou os cidadãos a participarem.

Putin votou nas eleições para a prefeitura de Moscou depois de ter apoiado publicamente o atual prefeito da capital, Sergey Sobyanin, que desta vez concorre não como independente, mas como candidato do partido governista Rússia Unida.

Quatro outros candidatos concorrem ao cargo de prefeito, mas espera-se que Sobyanin seja reeleito por mais cinco anos em uma eleição sem candidatos da oposição liberal.

Putin inaugurou várias infraestruturas de transportes em Moscou no dia anterior e neste sábado, juntamente com o atual prefeito, em eventos com claros tons de campanha eleitoral.

O voto do presidente russo no seu gabinete no Kremlin durou apenas um segundo, após o qual a inscrição "Obrigado, votou com sucesso!" apareceu na tela do seu computador.

Antes de enviar o seu voto por clique, Putin enfatizou que esta eleição determinará a composição de muitas assembleias legislativas regionais e governos locais, uma vez que serão eleitos governadores em 21 regiões, incluindo Moscou, onde Andrey Vorobyov busca um segundo mandato.

Ausência da oposição

Em meio à apatia na capital, com poucos cartazes dos candidatos, a ausência virtual de debates eleitorais e com a maior parte da oposição na prisão ou no exílio, Putin destacou que as eleições são "uma expressão direta da vontade dos cidadãos, uma oportunidade de influenciar o futuro da sua cidade, vila e país como um todo".

"Peço aos residentes das regiões onde se realizam eleições nestes dias para que participem", afirmou o mandatário.

Estas regiões incluem, pela primeira vez, as zonas controladas pela Rússia nos "oblasts" ucranianos de Zaporizhzhia, Kherson, Lugansk e Donetsk.

Os cinco partidos no Parlamento russo, que votam todos com a Rússia Unida em questões importantes, participar nestas eleições, que a Rússia está utilizando para reforçar a anexação, mas não há partidos da oposição.

Candidatos russos não locais na Ucrânia

Kiev ressaltou que dois terços dos candidatos às "pseudoeleições" não são residentes locais e que grupos móveis de russos estão passando "de casa em casa para forçar as pessoas a votar", informou o Centro Nacional de Resistência.

O vice-ministro para a Reintegração da Ucrânia, Anatoli Stelmaj, recordou os residentes ucranianos que o código penal pune com até 15 anos a preparação, propaganda e participação em votações impostas pela Rússia em violação do direito internacional, da soberania e da integridade territorial da Ucrânia.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou neste sábado que foi registrada uma "elevada participação dos cidadãos nestas regiões", onde na véspera tinham sido lançados "alarmes" sobre ataques de mísseis, motivo pelo qual a comissão eleitoral imposta pela Rússia no terço sul de Kherson teve de ser evacuada duas vezes.

O prefeito legítimo da cidade ucraniana ocupada de Melitopol, Ivan Federov, afirmou também que a sede do Rússia Unida foi destruída na cidade de Pologi, na província de Zaporizhzhia, no sudeste do país, onde as tropas ucranianas registram atualmente os maiores sucessos na sua contraofensiva.

Estados Unidos, União Europeia, Otan, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa e o Conselho da Europa, Japão e Espanha condenaram a "farsa" e a ilegitimidade das eleições "fictícias", enfatizaram que não reconhecerão reivindicações territoriais da Rússia e alertaram sobretudo para a imposição de novas sanções contra aqueles que apoiarem estas eleições, tal como a Ucrânia exigiu dos seus parceiros internacionais.

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