O presidente da Rússia, Vladimir Putin, votou online nesta sexta-feira (15) na eleição presidencial do país, que será realizada até domingo (17).
Um vídeo divulgado pelo Kremlin mostrou Putin entrando no seu gabinete, mexendo no computador e acenando para a câmera, antes de uma imagem mostrar a tela com a confirmação de que o voto havia sido computado.
Esta é a primeira vez que o sistema de votação online é utilizado na eleição presidencial da Rússia. A opção está disponível para eleitores de 29 regiões.
Quando a ferramenta foi utilizada na eleição de 2021 para a Duma, a câmara baixa do Parlamento russo, o grupo independente de observação eleitoral Golos questionou a falta de transparência sobre seu uso e a oposição relatou indícios de fraude.
Um caso que chamou a atenção foi que, na apuração, oposicionistas estavam vencendo em vários distritos eleitorais de Moscou e saíram perdedores depois que os votos online foram contados.
Enquanto a população seguia indo às urnas para uma eleição em que Putin vai conquistar seu quinto mandato presidencial (para garantir isso, além da falta de transparência na votação, se livrou de todos os adversários de verdade), o Kremlin voltou a acusar os Estados Unidos de interferência na Rússia.
Em entrevista coletiva, o porta-voz da presidência, Dimitri Peskov, comentou uma reportagem da agência Reuters que apontou que a CIA teria realizado uma campanha online contra a China durante o governo de Donald Trump (2017-2021).
“Uma coisa que posso dizer é que temos experimentado tais atividades há muitos anos. Os Estados Unidos e as agências e serviços de inteligência relevantes fizeram o mesmo no nosso país e ainda tentam fazê-lo”, disse Peskov.
“Ações decisivas para proteger o cenário político interno e a nossa sociedade dessas tentativas de interferência minimizaram com sucesso a eficácia do trabalho dos serviços especiais dos Estados Unidos. No entanto, isto não significa que tenham abandonado essas tentativas”, afirmou o porta-voz.
No início da semana, o Serviço de Inteligência Estrangeiro da Rússia (SVR) havia acusado os Estados Unidos de tentar interferir nas eleições presidenciais do país, ação que incluiria contratar “os principais especialistas americanos em TI” para “realizar ataques cibernéticos ao sistema de votação eletrônica remota, o que tornará impossível a contagem dos votos de uma proporção significativa dos eleitores russos”.
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