O Exército da Coreia do Norte avisou ontem que forças de artilharia e foguetes estão na mais alta posição de combate. Trata-se da mais recente ameaça do país, cujo alvo é a Coreia do Sul e os Estados Unidos. O anúncio marca o terceiro aniversário do afundamento de um navio de guerra no qual 46 marinheiros da Coreia do Sul morreram. Seul afirmou que o navio foi atingido por um torpedo da Coreia do Norte, que por sua vez negou o envolvimento.
O Ministério da Defesa de Seul disse que não percebeu qualquer atividade militar suspeita na vizinha Coreia do Norte e que as autoridades vão analisar a advertência. Analistas dizem que um ataque direto norte-coreano é extremamente improvável, especialmente durante os exercícios militares conjuntos entre Estados Unidos e Coreia do Norte, que terminam em 30 de abril, embora haja alguma preocupação sobre a provocação após o final dos treinamentos.
As duas Coreias já registraram vários confrontos navais sangrentos nas disputadas águas do Mar Amarelo desde 1999. Em novembro de 2010, a artilharia norte-coreana atacou uma ilha sul-coreana e matou dois fuzileiros navais e dois civis. Um suposto torpedo norte-coreano afundou um navio de guerra sul-coreano no início do mesmo ano, matando 46 marinheiros sul-coreanos. Pyongyang nega ter afundado o navio.
A Coreia do Norte está irritada com os exercícios de guerra realizados por Seul e Washington e com a intensificação das sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) por causa de seu teste nuclear de 12 de fevereiro. O país prometeu lançar um ataque nuclear contra os EUA e repetiu sua ameaça de reduzir o armistício que encerrou a Guerra da Coreia a um "cessar-fogo".
Retórica
Apesar da retórica, analistas externos não enxergam qualquer prova de que a Coreia do Norte tenha a tecnologia necessária para construir uma ogiva pequena o suficiente para ser colocado num míssil.
O Comando Supremo do Exército norte-coreano disse ontem que tomará "ações militares práticas" para proteger a soberania nacional e sua liderança.
Ainda ontem, o Pentágono condenou as ameaças feitas pelo governo norte-coreano contra bases militares americanas. "Eles [os norte-coreanos] precisam parar de ameaçar a paz na península porque isso não ajuda ninguém", afirmou George Little, porta-voz do Pentágono, à imprensa.