Uma multidão de norte-coreanos fez saudações em frente a várias estátuas do ex-líder Kim Il Sung, que morreu 15 anos atrás. Imagens de televisão mostraram as homenagens ao "grande líder", que faria aniversário hoje, enquanto o governo expulsava monitores internacionais e líderes de todo o mundo condenavam a decisão do país de reiniciar seu programa nuclear.
Pessoas bem vestidas e soldados uniformizados caminhavam na direção das onipresentes estátuas do fundador do país com buquês de flores para prestar homenagens. As celebrações de quarta-feira acontecem um dia depois de a Coreia do Norte ter declarado que irá reiniciar seu programa nuclear e deixar as conversações de desarmamento, além de ter expulsado inspetores internacionais porque o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) adotou uma resolução condenando o lançamento de foguete realizado pelo país em 5 de abril.
A Coreia do Norte diz que o foguete lançado levava um satélite para o espaço e que a censura da ONU contra seu programa espacial "pacífico" é injusta. Os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão dizem que o lançamento foi um teste de tecnologia de mísseis de longo alcance.
Um diplomata da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse que Pyongyang expulsou os inspetores da ONU do complexo nuclear de Yongbyon e removeu todos os selos e câmeras de monitoramento da agência. O diplomata falou em condição de anonimato.
Os Estados Unidos informaram que os especialistas norte-americanos que trabalhavam na principal usina nuclear da Coreia do Norte receberam solicitação para deixarem o país.
O porta-voz do Departamento de Estado, Robert Wood, disse que os funcionários que monitoravam o desmantelamento da usina nuclear de Yongbyon estão agora se preparando para deixar o país. "É um passo para trás", disse Wood. "A Coreia do Norte terá de arcar com as consequências de tais decisões. Elas apenas aumentam seu isolamento da comunidade internacional".
Nesta quarta-feira, o Japão uniu-se à Rússia e aos Estados Unidos num pedido para que a Coreia do Norte retome as conversações de desarmamento envolvendo os quatro países, a Coreia do Sul e a China, que em 2007 formaram um grupo que solicitou que Pyongyang desistisse de seu programa nuclear e o trocasse por ajuda do país.
O principal negociador nuclear russo e vice-ministro das Relações Exteriores, Alexei
Borodavkin, disse que "a tarefa mais importante" agora é restaurar as conversações nucleares, e não tentar impor sanções mais pesadas à Pyongyang pelo lançamento do foguete, informou a agência de notícias Itar-Tass. Ainda não há uma respostas oficial da Coreia do Norte às críticas internacionais.
O aniversário de Kim Il Sung é chamado de o "Dia do Sol" na Coreia do Norte e é uma dos maiores feriados nacionais, juntamente com o dia do nascimento de seu filho e atual líder do país, Kim Jong Il.
Pai e filho são alvo de intenso culto a personalidade. Seus retratos estão em quase todos os locais e muitos norte-coreanos usam um pequeno broche vermelho com a figuro do Kim pai.
Kim Il Sung governou a Coreia do Norte por mais de quatro décadas, até sua morte por problemas cardíacos em 1994. Conhecido como o "grande líder", ele ainda é o "eterno presidente" do país, mesmo durante o governo de seu filho.
As informações são da Associated Press.