O governo dos Estados Unidos pediu ontem que as autoridades norte-coreanas concedessem anistia e liberdade imediata ao guia turístico norte-americano Kenneth Bae, condenado a 15 anos de trabalhos forçados por "atos hostis". A Coreia do Norte não especificou que atos seriam esses.
Preso desde o final do ano passado, Kenneth Bae, de 44 anos, é um guia turístico do estado de Washington e foi julgado na terça-feira na instância mais alta da Justiça norte-coreana, afirmou ontem a Korean Central News Agency (KCNA, a agência estatal de notícias).
"O Supremo Tribunal Federal o condenou a 15 anos de trabalho compulsório", disse a KCNA. O governo de Kim Jong-un não forneceu detalhes sobre o suposto crime cometido por Bae, mas ativistas em Seul dizem que ele estava interessado em chamar atenção para questões humanitárias e pode ter sido preso pela posse de imagens de crianças norte-coreanas desabrigadas.
Em Washington, o Departamento de Estado informou que trabalha com a embaixada da Suécia em Pyongyang para confirmar as informações sobre a sentença de Bae. Os EUA não têm relações diplomáticas com a Coreia do Norte e dependem da Suécia para questões que envolvam cidadãos norte-americanos no país.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse aos jornalistas que estão a bordo do Air Force One, a caminho do México, que, se a Coreia do Norte está interessada em conversar, deve cumprir suas obrigações do acordo com as chamadas "seis partes": as Coreias, mais China, Rússia, EUA e Japão.
"Até agora, como vocês sabem, eles têm desrespeitado suas obrigações e se envolvido em ações e retórica provocativas", declarou Carney.
PlanoCoreia do Norte quer forçar um diálogo com os EUA, diz analista político
Agência Estado
Patrick Cronin, analista sênior do Center for a New American Security, em Washington, disse que a condenação de Bae é "uma jogada precipitada para forçar um diálogo direto com os EUA".
"Enquanto Washington fará todo o possível para livrar um norte-americano inocente de anos de trabalho duro, autoridades norte-americanas estão cientes da probabilidade de que o regime norte-coreano quer uma reunião com os EUA, que teria o efeito de dar legitimidade ao status de Estado nuclear à Coreia do Norte", escreveu Cronin em e-mail.
A opinião é compartilhada por Ahn Chan-il, presidente do Instituto Mundial para Estudos Norte-Coreanos, um instituição de pesquisas localizado na Coreia do Sul. "A Coreia do Norte está usando Bae como isca para que tal viagem aconteça. Um mandachuva em visita a Pyongyang pode também ajudar a lustrar a liderança de Kim Jong-un", disse Ahn. Kim assumiu o poder após seu pai, Kim Jong-un, ter morrido em dezembro de 2011.
Várias rodadas de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) não fizeram com que Pyongyang desistisse de seus artefatos nucleares. que, segundo o governo, não devem apenas ser mantidos mas também expandidos para que o país possa se proteger contra Washington.
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