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Líderes do chamado grupo Quad, que reúne Estados Unidos, Austrália, Japão e Índia, realizaram nesta sexta-feira (24) sua primeira cúpula presencial na Casa Branca e, embora a China não tenha sido mencionada nos comentários públicos dos líderes dos quatro países, Pequim foi um dos assuntos centrais do encontro, como revelaram algumas indiretas.
“Estamos aqui juntos, na região do Indo-Pacífico, uma região que desejamos que esteja sempre livre de coerção, onde os direitos soberanos de todas as nações sejam respeitados e onde as disputas sejam resolvidas pacificamente e de acordo com o direito internacional”, afirmou o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison.
Já o presidente americano, Joe Biden, destacou o compromisso do Quad “de avançar numa agenda compartilhada e positiva para um Indo-Pacífico livre e aberto”. “Hoje tenho orgulho de dizer que estamos fazendo excelentes progressos”, apontou, enquanto o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, destacaram as conversas sobre cooperação para vacinação contra a Covid-19.
A reunião aconteceu na semana seguinte ao anúncio do acordo militar Aukus, entre Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, percebido na comunidade internacional como uma resposta às crescentes tensões com a China. O efeito colateral foi uma saia-justa com a França, que reclamou publicamente do cancelamento de um acordo bilionário para compra de submarinos franceses com propulsão a diesel e elétrica pela Austrália – pelo Aukus, os australianos terão submarinos de propulsão nuclear.
Assim como criticou o Aukus, argumentando que o acordo “prejudica seriamente a paz e a estabilidade regionais, intensificando a corrida armamentista e prejudicando os esforços internacionais de não proliferação nuclear”, Pequim fez ressalvas ao Quad, ao apontar que o grupo está “condenado ao fracasso”.
Segundo informações da Reuters, um alto funcionário dos Estados Unidos informou que o Quad deve anunciar vários novos acordos, entre eles um para reforçar a segurança da cadeia de abastecimento de semicondutores, combater a pesca ilegal e aumentar a conscientização sobre o domínio marítimo, iniciativas motivadas por preocupações sobre a China. O grupo também deve lançar uma parceria 5G e planos para monitorar as mudanças climáticas.