Homens armados atacaram e mataram ontem nove turistas estrangeiros e um guia paquistanês num acampamento para montanhistas que fica na região do Himalaia do Paquistão. Entre as vítimas estão cinco ucranianos, três chineses e um russo. Um chinês conseguiu escapar.
O premiê paquistanês, Nawaz Sharif, imediatamente condenou o ataque, cometido numa região onde nunca antes havia sido registrado ataques atribuídos a rebeldes islâmicos. O movimento radical islâmico Taleban paquistanês e um grupo militante menor reivindicaram ambos a autoria.
Conforme a polícia, cerca de 15 pessoas usando uniformes de uma força paramilitar local chegaram à 1 h às tendas e cabanas utilizadas pelos alpinistas que escalavam o pico coberto de neve Nanga Parbat, de 8.125 metros, o nono mais alto do mundo.
"Enviamos helicópteros para recuperar os corpos. Há uma operação de busca em curso, todos os pontos de entrada e saída [na região] foram fechados", disse o porta-voz da polícia, Mohamed Maveed.
"A região está isolada nas montanhas. Não há ligação rodoviária e não é acessível, exceto por mula, cavalo ou a pé", afirmou o chefe do governo provincial, Syed Mehdi Shah.
Os pistoleiros detiveram a equipe de funcionários e, em seguida, mataram os turistas, de acordo com relatos de testemunhas.
Foi a primeira vez que turistas estrangeiros foram atacados na província, onde a convergência do Hindu Kush, Karakoram e Himalaia criou uma paisagem deslumbrante explorada por montanhistas mais intrépidos.
O assassinato dos chineses é um golpe especial para o Paquistão, que recebeu o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, no mês passado, em uma tentativa de aumentar os laços comerciais com o gigante asiático.
O ministro do Interior Chaudhry Nisar Ali Khan, disse ao Parlamento que tinha demitido o chefe de polícia de Gilgit-Baltistan e outro funcionário provincial sênior, um passo incomum no Paquistão, onde altos funcionários raramente são responsabilizados por falhas na segurança.
O movimento fez pouco para silenciar as perguntas de críticos sobre como pistoleiros poderiam ter escapado das forças de segurança nos pontos de controle destinados a fiscalizar os visitantes para a região montanhosa na fronteira com o território disputado da Caxemira.