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Envolvimento do PCC

Quadrilha realiza assalto milionário no Paraguai; brasileiros estão entre os suspeitos

Assalto milionário executado durante o final de semana no Paraguai tem possível envolvimento de brasileiros e integrantes do PCC (Foto: Divulgação/Polícia Nacional do Paraguai)

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Um grupo criminoso realizou um assalto milionário em uma das ruas mais movimentadas de Ciudad del Este, no Paraguai, pegando as autoridades do país de surpresa. O plano foi relevado pelo programa Fantástico, neste domingo (11).

Segundo as informações, a quadrilha construiu um túnel por mais de um ano sem que ninguém percebesse e roubou milhões de um cofre de doleiros. O alvo foi a Associação de Trabalhadores de Câmbio do Paraguai, onde os negociadores de moedas estrangeiras guardavam a quantia.

As investigações da polícia levaram as autoridades a descobrirem um plano de longo prazo dos criminosos, que teria começado em 2022, quando eles alugaram um imóvel e montaram uma loja que vendia camisetas esportivas, como um negócio de fachada. O lugar servia como base para construir um túnel de 180 metros, que passaria por baixo de um banco e futuramente permitiria o acesso ao cofre.

O cofre roubado está localizado no subsolo de uma espécie de quiosque. Ao chegar lá, por baixo da terra, a quadrilha quebrou uma parede lateral na sala do cofre e tiveram acesso às 148 gavetas - que são cofres menores. Cada cambista paraguaio tem a sua. Os bandidos levaram o dinheiro e até ouro.

“É inacreditável! Como vai atravessar a rua? Eles atravessaram três ruas, um edifício e um banco”, disse o presidente da associação.

Ainda não há informações exatas sobre os valores levados no roubo. As estimativas relatadas pelos cambistas variam de US$ 2 milhões a US$ 16 milhões, o equivalente a R$ 80 milhões. Segundo a polícia paraguaia, apenas três doleiros procuraram a delegacia para noticiar o crime.

De acordo com os detalhes obtidos pelo Fantástico, depois de abrir um buraco no piso da loja que alugaram, os criminosos cavaram um poço vertical de sete metros de profundidade para começar o túnel. A primeira parte da construção possui 100 metros num espaço de mais ou menos 70 cm de altura por 70 cm de largura, onde só é possível rastejar.

No trecho em que o terreno é mais rochoso, eles fizeram uma pequena curva e em seguida começaram as escavar os últimos 27 metros para cima, numa subida íngreme até chegar à sala do cofre da associação dos cambistas.

Os primeiros policiais que acessaram a passagem subterrânea contaram que levaram mais de três horas rastejando para cruzar os 180 metros, em meio a muita umidade, lama e até esgoto.

Os investigadores relataram ainda que, para fazer o ar circular lá dentro, os criminosos usaram ventiladores e abriram caminho com ferramentas especiais como brocas com ponta de diamante e dinamite líquida. A comunicação era feita por um telefone com fio, segundo os agentes policiais.

As autoridades se depararam no caminho com explosivos, colocados como uma armadilha no local, que só não foram detonados com a presença da polícia porque faltou um conector no sistema.

Os investigadores paraguaios, que tiveram apoio da Polícia Federal (PF) brasileira na operação, dizem que já identificaram três suspeitos. O casal que alugou o imóvel e um homem que teria ligação com o PCC, umas das maiores facções criminosas do mundo.

A PF tem auxiliado no monitoramento de outros dois suspeitos, também ligados ao PCC, que seriam os chefes do ataque à associação dos cambistas. Um deles já foi preso por assalto a banco e o outro é investigado por tráfico de armas. “Essas pessoas têm ligação comprovada com a organização criminosa. Então, nós estamos investigando a possibilidade de que eles teriam orquestrado esse furto”, afirmou o delegado chefe da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, Marco Smith.

As autoridades responsáveis pelo caso descobriram que no período de construção do túnel, os dois supostos envolvidos cruzaram várias vezes a fronteira com o Paraguai. Até o momento, não há confirmação de prisões.

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