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Quais são os próximos desafios de Kevin McCarthy na Câmara dos EUA

O líder republicano na Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, enquanto está na tribuna após ser eleito presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, na madrugada deste sábado no Capitólio, em Washington DC (Estados Unidos). (Foto: EFE/ Michael Reynolds)

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Depois de uma vencer eleição épica para se tornar presidente da Câmara americana, o republicano Kevin McCarthy enfrenta novos desafios: aprovar um pacote de regras para governar a casa. No domingo (8), republicanos moderados expressaram suas reservas quanto ao apoio ao pacote do novo líder, citando acordos secretos e o poder desproporcional que está sendo entregue a um grupo de 20 conservadores.

Para conquistar a liderança, McCarthy teve que fazer concessões, que incluem limites ao poder do presidente da Câmara, como permitir que um único legislador iniciasse uma votação para removê-lo do cargo e reduzir os gastos do governo, o que poderia incluir cortes na Defesa. Além disso, as promessas incluem dar ao grupo republicano radical Freedom Caucus mais assentos no comitê que decide qual legislação chega ao plenário da Câmara.

A deputada Nancy Mace, uma forte apoiadora de McCarthy, disse que atualmente está “em cima do muro” sobre as regras propostas. “Gosto do pacote de regras”, disse Mace, referindo-se ao que foi divulgado publicamente. "O que eu não apoio é um pequeno número de pessoas tentando fechar um negócio ou fechar negócios para si mesmas em particular, em segredo". Mace disse que será difícil fazer qualquer coisa na Câmara diante do grande número de moderados.

O republicano Tony Gonzales rejeita completamente o pacote de regras, que, segundo ele, cortaria excessivamente os gastos com Defesa e promoveria uma legislação extremista em assuntos delicados como a imigração.

Já o deputado Jim Jordan, membro do Freedom Caucus que deve liderar o Comitê Judiciário da Câmara, defendeu as concessões feitas por McCarthy e disse acreditar que o pacote de regras obterá apoio republicano suficiente para ser aprovado. Ele insistiu que os acordos ajudarão a garantir uma representação mais ampla nos comitês e reduzirão os gastos irrestritos do governo.

Dívida do governo

Nos próximos meses, o Congresso terá que trabalhar para aumentar o limite da dívida antes que o governo atinja seu limite de endividamento ou enfrente um calote devastador nos pagamentos, incluindo os da Previdência Social, tropas militares e benefícios federais, como assistência alimentar. Os legisladores também terão que financiar agências e programas federais para o próximo ano orçamentário, que começa em 1º de outubro.

A dívida do governo, de US$ 32 trilhões está entre as maiores preocupações do Congresso. “Francamente, é melhor olharmos também para o dinheiro que enviamos para a Ucrânia e dizermos: como podemos gastar melhor o dinheiro para proteger a América?”, disse o deputado republicano Jim Jordan. Já o parlamentar Chip Roy, um dos 20 que inicialmente votaram contra McCarthy antes de apoiar o californiano, disse que ele e outros conservadores manterão sua posição de que deveria haver cortes de gastos em um projeto de teto da dívida.

Investigações

Algumas investigações também estarão na lista de desafios da Câmara: os negócios de Hunter Biden, filho do presidente Joe Biden. O deputado republicano James Comer, que deve ser o próximo presidente do Comitê de Supervisão e Reforma da Câmara, declarou recentemente que a investigação terá o objetivo de “apurar se essas atividades comprometem a segurança nacional dos Estados Unidos e a capacidade do presidente Biden de liderar com imparcialidade”.

Os republicanos querem investigar também sobre a política de imigração americana. Os parlamentares apontam falta de policiamento na fronteira.

Os deputados devem priorizar, também, benefícios durante a pandemia. James Comer disse à NBC que os benefícios que o governo pagou à população americana durante a pandemia de Covid-19 também receberão atenção da nova Câmara.

“Acreditamos que centenas de bilhões, senão trilhões de dólares, foram desperdiçados nos últimos três anos, de modo que é uma questão que abrange duas administrações [Trump e Biden], em nome da Covid-19”, justificou.
A retirada das tropas do Afeganistão será, igualmente, objeto de investigação. O republicano Michael McCaul disse à emissora ABC que a desastrosa retirada dos Estados Unidos do Afeganistão no ano passado será investigada.

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