Em agosto, o ex-presidente dos EUA Donald Trump, candidato à presidência, afirmou em uma entrevista à agência Reuters que nomearia o empresário Elon Musk para um cargo em seu gabinete ou em uma função consultiva, declaração que gerou uma série de especulações sobre qual seria o papel desempenhado pelo bilionário em um hipotético governo republicano.
Desde a fala, Musk foi visto em diversos comícios ao lado do ex-presidente, tornando-se uma das figuras centrais da reta final de sua campanha nos EUA.
No último dia 27, o magnata da tecnologia, dono da rede social X e da Tesla, deu pistas de como poderia integrar uma administração de Trump ao falar sobre questões relacionadas ao orçamento federal durante um discurso em Nova York.
"Vamos tirar o governo das suas costas e do seu bolso", disse Musk. Em outro momento, afirmou que "seu dinheiro [de eleitores] está sendo desperdiçado, e o Departamento de Eficiência Governamental vai consertar isso".
Essas declarações fazem referência a uma proposta apresentada pelo empresário desde que manifestou abertamente seu apoio a Trump, em julho. Nos últimos meses, Musk tem repetidamente defendido a criação de uma comissão de eficiência governamental, que, segundo ele, poderia cortar cerca de US$ 2 trilhões dos gastos públicos.
O empresário afirmou que estaria aberto à ideia de liderar um departamento de eficiência governamental para acabar com o "estrangulamento" das regulamentações nos EUA.
Conselheiros próximos a Trump contaram ao jornal The Washington Post que o ex-presidente discutiu com o bilionário da tecnologia a criação de um escritório governamental que seria supervisionado por Musk de fora do governo. Esse gabinete externo daria autonomia ao empresário de sugerir ações que afetam agências estatais, inclusive as que regulam suas empresas nas indústrias espacial e automobilística, tema que tem sido alvo de acusações dos democratas.
Segundo eles, essa inserção de Musk no governo Trump poderia representar um conflito de interesses, visto que as empresas do magnata receberam bilhões de dólares em contratos governamentais da SpaceX e a Tesla, nos últimos anos.
Ainda segundo o jornal americano, Musk já começou a trabalhar com uma das chefias da equipe de transição de Trump, Howard Lutnick, e outras lideranças importantes dentro da campanha republicana. Lutnick é amplamente visto como um possível nome para assumir a Secretaria do Tesouro num governo Trump.
Por outro lado, outro nome avaliado para o cargo é o do investidor bilionário John Paulson, que afirmou em entrevista ao Post que, se assumisse como secretário do Tesouro, sua principal prioridade seria estender os cortes de impostos de Donald Trump de seu primeiro mandato, em 2017, seguido por "trabalhar com Musk para reduzir os gastos federais".
Elon Musk passou a apoiar publicamente o candidato republicano Donald Trump após o primeiro atentado sofrido pelo ex-presidente em 13 de julho, durante um comício na Pensilvânia. Desde então, o bilionário já investiu bilhões em sua campanha, tornando-se um dos principais financiadores individuais de campanha.