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vacinação américa do sul
Médico mostra um frasco com a vacina Sputnik V, que será usada no plano de imunização da Argentina| Foto: Pavel KOROLYOV/AFP

O Chile saiu na frente e se tornou o primeiro país da América do Sul a iniciar a vacinação contra a Covid-19. Nesta quinta-feira (24), dez mil doses da vacina da Pfizer/BioNTech chegaram ao país e alguns profissionais de saúde da capital Santiago receberam a primeira dose do imunizante. Parte destas vacinas está sendo enviada a outras regiões do Chile nesta sexta-feira (25).

A Argentina também recebeu o primeiro carregamento com 300 mil doses da vacina russa Sputnik V nesta quinta-feira, mas a imunização ainda não começou no país. No Brasil, de acordo com o plano apresentado pelo governo de Jair Bolsonaro, a vacinação contra o novo coronavírus deve iniciar em fevereiro ou março.

A seguir, confira um resumo de como está a corrida pela vacinação na região.

Argentina

A vacinação contra Covid-19 na Argentina deve começar antes de 31 de dezembro, segundo o governo de Alberto Fernández, embora o cronograma oficial ainda não tenha sido divulgado. As primeiras 300 mil doses do imunizante russo Sputnik V, das 20 milhões encomendadas, chegaram ao país nesta quinta-feira (24). As doses estão sendo encaminhadas aos centros de distribuição das províncias argentina e posteriormente aos centros de saúde equipados para a inoculação.

A aprovação em caráter de emergência da vacina russa ocorreu por meio de uma resolução do Ministério de Saúde, emitida nesta quarta-feira (23). A agência reguladora de medicamentos da Argentina, a Anmat, ainda não a autorizou oficialmente, embora tenha feito uma recomendação positiva ao Ministério da Saúde depois de uma visita técnica à fabricante russa.

A vacina da Pfizer e da BioNTech foi autorizada pela Anmat para uso emergencial no país nesta terça-feira. Contudo, a Casa Rosada ainda está negociando a compra de 1,5 milhão de doses com os laboratórios. Houve um desentendimento jurídico entre as partes, segundo a imprensa argentina, por causa de uma lei aprovada no Congresso no fim de outubro. Um dos artigos desta lei estabelece que a Pfizer não será responsável por suas doses na Argentina, "com exceção daquelas (ações) originadas em manobras fraudulentas, conduta maliciosa ou negligência".

A Argentina também firmou acordo com a AstraZeneca, cuja vacina deve ser produzida no país, além de fazer parte da Covax, um programa mundial coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para impulsionar o desenvolvimento e garantir a compra de vacinas contra a Covid-19 por todos os países participantes.

Bolívia

A Bolívia está entre os dez países da América Latina que não precisarão pagar pela vacina da Covid-19 por meio da iniciativa Covax, devido a critérios socioeconômicos definidos pela Aliança Gavi, responsável pelo programa global, com base em dados do Banco Mundial. O país também está negociando acordos diretos com pelo menos quatro laboratórios: Pfizer, Moderna, AstraZeneca, Sinovac e Instituto Gamaleya.

As vacinas ainda não têm data específica para chegar ao país, mas o governo estima que o início da vacinação ocorra no primeiro trimestre do ano. Terão prioridade médicos e outros profissionais de saúde. O segundo grupo prioritário será o das pessoas com alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão. Os idosos fazem parte do terceiro grupo prioritário, segundo o Ministério da Saúde boliviano.

Brasil

A expectativa do governo federal é imunizar 50 milhões de pessoas dos grupos prioritários até o fim do primeiro semestre do ano que vem. No estado de São Paulo, espera-se que a aplicação da CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, comece em janeiro, mas o produto ainda precisa ser aprovado pela Anvisa. Em nível federal, o programa de vacinação deve iniciar em fevereiro ou março. Até agora, o governo Bolsonaro firmou acordos com a AstraZeneca/Oxford (130 milhões) e Pfizer (70 milhões de doses). Também espera receber 42,5 milhões de doses por meio da iniciativa Covax e estuda a compra de doses da CoronaVac. Até agora, a Anvisa não aprovou nenhuma vacina contra Covid-19.

Chile

O Chile começou a vacinação nesta quinta-feira (24), assim que as primeiras 10 mil doses da vacina da Pfizer/BioNTech chegaram ao país nesta quinta-feira. Elas serão destinadas a profissionais médicos que trabalham em unidades de cuidado intensivo nas regiões da Araucanía, Biobío, Magallanes e na região metropolitana de Santiago. O presidente Sebastián Piñera explicou que a vacinação ocorrerá de forma gradual, assim como a chegada dos imunizantes ao país. O segundo carregamento deve aterrissar em solo chileno na semana que vem.

“Nossa intenção é que a maior parte do grupo crítico de maior risco, ou seja, pessoal de saúde, idosos, doentes crônicos, aqueles que estão lutando no combate ao coronavírus, cerca de 5 milhões de pessoas, possam ser vacinadas durante o primeiro trimestre do próximo ano”, afirmou Piñera. O objetivo do governo é vacina o restante da população ainda no primeiro semestre de 2021.

A agência reguladora de medicamentos, o Instituto de Saúde Pública do Chile, autorizou o uso excepcional do imunizante da Pfizer na semana passada, para maiores de 16 anos, tornando o Chile o primeiro país da América do Sul a aprovar uma vacina contra a Covid-19.

No Chile, a vacinação será voluntária e gratuita.

Além de fechar um acordo de 10 milhões de doses com a Pfizer, o governo chileno reservou 14,4 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, 10 milhões de doses da CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac, e mais 4 milhões de doses do produto da Johnson & Johnson, ainda em fase de testes. O Chile também faz parte do programa Covax, da OMS, por meio do qual garantiu quase 8 milhões de doses de vacina. Apesar de já ter costurado acordos para imunizar a população inteira, o Chile continua negociando a compra de mais vacinas, de outros laboratórios, como a Moderna e a Novavax.

Colômbia

O ministro da saúde da Colômbia, Fernando Ruiz, anunciou nesta semana que a vacinação contra Covid-19 vai começar em fevereiro. Em um primeiro momento chegarão ao país 1,7 milhão de doses da vacina desenvolvida pela Pfizer e BioNTech, para imunizar os profissionais de saúde e os idosos com mais de 80 anos.

A Colômbia fechou acordos para comprar 40 milhões de doses de vacinas até agora: 10 milhões da Pfizer/BioNTech, 10 milhões da AstraZeneca e 20 milhões por meio da Covax. Até 22 de dezembro, nenhum imunizante havia sido aprovado pelo Invima (Instituto Nacional de Vigilância de Medicamentos e Alimentos), o órgão regulador de medicamentos da Colômbia.

Equador

O Equador foi o segundo na América do Sul a aprovar a vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19. Segundo o ministro da Saúde, Juan Carlos Zevallos, as doses do imunizante devem começar a chegar ao país em janeiro e a previsão é de que 60% da população seja vacinada contra o SARS-CoV-2 em 2021 – cerca de 9 milhões de equatorianos.

As primeiras 50 mil doses serão usadas para vacinar profissionais de saúde e idosos que vivem em centros geriátricos, bem como os funcionários destes locais. A vacinação não será obrigatória e aqueles que já foram infectados, em um primeiro momento, não serão imunizados, segundo declarações de Zevallos. O governo equatoriano, até agora, fechou acordos com a Pfizer, AstraZeneca e Moderna, mas negocia com outras farmacêuticas a compra de mais vacinas.

Peru

O Peru, país da América do Sul com mais mortes causadas pela Covid-19 em proporção à população, não tem um plano de vacinação e nenhum acordo firmado com farmacêuticas até agora. Portanto, ainda não se sabe quando a imunização começará no país.

Enquanto negocia com laboratórios e farmacêuticas, o governo do presidente interino Francisco Sagasti, que assumiu o cargo há pouco mais de um mês, conta apenas com as doses que chegarão ao país no primeiro trimestre de 2021 por meio da iniciativa Covax, para vacinação de profissionais de saúde.

Em setembro, o governo do ex-presidente Martin Vizcarra havia anunciado um acordo para a compra de 9,9 milhões de doses da vacina da Pfizer, mas tal negociação não foi concluída, de acordo com a atual gestão. Sagasti disse que conversas estão em andamento com as farmacêuticas Pfizer, AstraZeneca, Sinopharm e outros laboratórios.

Paraguai

O governo estima que a vacinação comece em março ou abril de 2021. O país faz parte do mecanismo Covax e, segundo o ministro da Fazenda, Óscar Llamosa, há uma reserva de US$ 90 milhões para compra de vacinas diretamente de farmacêuticas. Contudo, não há nenhum acordo bilateral fechado.

Uruguai

O Uruguai, que está vivendo sua primeira onda da Covid-19, apostou suas fichas na Covax para garantir a compra de 1,5 milhão de doses de vacina, que começariam a ser entregues em abril de 2021. Mas ao perceber que as farmacêuticas estavam priorizando as demandas individuais dos países, o governo de Luis Lacalle Pou acelerou o contato com farmacêuticas para a compra dos imunizantes. Até agora, nenhum acordo foi informado pelo governo, mas há negociações com a BioNTech, segundo a imprensa uruguaia. O país também avalia acordos com farmacêuticas chinesas. Não há calendário de vacinação ainda.

Venezuela

A ditadura de Nicolás Maduro conta com o apoio da Rússia, um de seus poucos aliados internacionais, para vacinar a população venezuelana. Os russos prometeram enviar 10 milhões de doses ao país no primeiro semestre de 2021 – o único acordo firmado pela ditadura até agora. O regime chavista também está negociando com China e Cuba. Maduro prevê que a vacinação inicie em abril de 2021, mas não divulgou um plano de vacinação.

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