Londres (EFE) — Cientistas britânicos acharam pegadas humanas de 40 mil anos em uma cidade mexicana, o que significa que o homem teria pisado em solo americano quase 30 mil anos antes do que se acreditava. Segundo a teoria vigente, agora questionada, os primeiros habitantes do Novo Mundo teriam cruzado o estreito de Bering, da Rússia para o Alasca, no final da última era glacial, há aproximadamente 11 mil ou 12 mil anos.

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Os primeiros americanos viveram no México. Pelo menos é o que sugerem as pegadas descobertas há pouco tempo perto de um vulcão da região de Puebla.

Fundada em 1531 e situada em um vale, a quase 2.150 metros de altura e cerca de 130 quilômetros ao sudeste da Cidade do México, Puebla é uma das cidades mais antigas do país. Segundo a lenda, anjos desceram do céu e assinalaram o lugar onde deveria ser construída.

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Puebla é famosa pela arquitetura colonial, reconhecida como Patrimônio da Humanidade, assim como por sua arte culinária, a cerâmica, os artesanatos de ônix, a indústria têxtil e o Náhuatl, um idioma indígena que ainda se fala em áreas rurais.

O que nenhum dos mais de 1.350.000 "aldeãos" imaginava é que, agora, sua região também será famosa por ser o lugar onde foram encontradas as pegadas humanas mais antigas do continente, o que pode obrigar a reescrever a Pré-História americana, que começou quase 300 séculos antes do que se imaginava.

Até agora acreditava-se que os primeiros habitantes do continente americano cruzaram o atual estreito de Bering, da Rússia para o Alasca, que naquela época, no final da última era glacial, há cerca de 11 mil ou 12 mil anos, estavam unidos por uma espécie de ponte que permitia atravessar a pé, sem navegar.

Esta teoria, defendida pela maioria dos antropólogos e arqueólogos, sustenta-se em uma série de ferramentas utilizadas por nossos ancestrais para caçar os grandes animais daquela época, como os mamutes ou mastodontes, que foram encontradas em diversas covas do continente americano.

A pesquisadora mexicana Silvia González, que dirige a equipe que fez a descoberta em Puebla, acha que ocorreram "várias ondas migratórias para a América, em diferentes momentos e de diversos grupos".

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As pegadas, preservadas em cinzas vulcânicas, foram descobertas em 2003 em uma pedreira abandonada perto do vulcão Cerro Toluquilla. Só agora, graças a avanços tecnológicos, foi possível calcular de que época datam as marcas.

O doutor David Huddart, da Universidade Liverpool John Moores, que tem participado do estudo e datação dos vestígios da presença humana, diz que "não há dúvida da antiguidade das pegadas nem de que são humanas". Segundo a nova tese, portanto, América terá que abandonar de vez o título de novo continente.