• Carregando...
Imagem do Ministério da Defesa da Coréia do Sul em Seul mostra o sistema de mísseis da Coréia do Sul disparando o míssil Hyunmu-2 no Mar do Oriente | HANDOUT/AFP
Imagem do Ministério da Defesa da Coréia do Sul em Seul mostra o sistema de mísseis da Coréia do Sul disparando o míssil Hyunmu-2 no Mar do Oriente| Foto: HANDOUT/AFP

O regime de Kim Jong-un, na Coreia do Norte, anunciou neste domingo (3) que desenvolveu uma bomba de hidrogênio com "grande poder destrutivo" e que poderia ser colocada em mísseis intercontinentais. Um teste teria sido feito com o artefato e provocado um tremor de 6,1 graus de intensidade na escala Richter, na província de Hamgyong do Norte, fronteira com a China.

A ação foi condenada pela comunidade internacional. Os Estados Unidos já planejam novas sanções para o país. 

Confira quatro fatos sobre a nova ameaça de bomba norte-coreana:

1. Quão perigosa é uma bomba de hidrogênio?

As bombas de hidrogênio apresentam uma força maior do que as bombas atômicas. Podem, por exemplo, ser milhares de vezes mais potentes que a famosa bomba que atingiu a cidade japonesa de Hiroshima - de urânio, em 1945.

Os artefatos feitos com hidrogênio costumam ser menores e ser chamados, inclusive, de bolo de camadas, por contar com sobreposição de elementos leves e pesados. Em 1952, os Estados Unidos detonaram sua primeira bomba de hidrogênio no Oceano Pacífico, nas Ilhas Marshall. No ano seguinte, foi a vez da União Soviética desenvolver a tecnologia. Apesar disso, até hoje, nenhuma nação sofreu ataque com esse tipo de bomba.

Até 2009, a bomba de hidrogênio criada pela Coreia do Norte apresentava 3 metros de comprimento e 4 toneladas, o que, na época, dificultava a inserção do material na ponta de um míssil balístico.

No início de 2016, o regime de Kim Jong-un chegou a anunciar um teste com bomba de hidrogênio, mas a ação foi considerada blefe. A nova bomba agora teria força 11 vezes maior que o experimento passado.

2. As ameaças norte-coreanas vão parar?

A princípio, não. Segundo o Ministério da Defesa da Coreia do Sul, já foram detectados indícios de que Pyongyang prepara um novo lançamento de um míssil balístico intercontinental. O governo não revelou, contudo, em que momento o disparo poderia ocorrer.

Leia mais: Cinco mitos sobre armas nucleares

Diante da possibilidade, a Coreia do Sul afirmou que conversa com os Estados Unidos sobre mobilizar novos porta-aviões e bombardeiros estratégicos na península coreana. O anúncio foi feito horas depois do país realizar novos exercícios com mísseis balísticos, em resposta ao teste nuclear norte-coreano. No treinamento, foram utilizados "mísseis balísticos sul-coreanos do tipo Hyunmoo e caças F-15K". 

3. Como foi a reação dos Estados Unidos após o último teste?

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, afirmou que está preparando um documento com novas sanções à Coreia do Norte a fim de interromper o comércio com o país. Segundo Mnuchin, o pacote de medidas, que será avaliado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, deixará claro que os países que desejarem manter negócios com os EUA terão de cortar relações econômicas com Pyongyang. Ele disse também que os EUA continuam trabalhando com nações aliadas e com a China para exercer pressão sobre a Coreia do Norte. 

A Casa Branca informou que Trump e sua equipe de segurança nacional devem se reunir para discutir sobre o teste nuclear realizado pela Coreia do Norte. O grupo está "monitorando de perto" a questão.  

4. Que países já se manifestaram sobre o impasse?

Além dos Estados Unidos, os governos da Rússia, Coreia do Sul, França e China também condenaram o novo teste realizado pela Coreia do Norte neste domingo. O primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull, pediu que a China traga a Coreia do Norte à "razão" após o teste. 

Emmanuel Macron, presidente da França, condenou a ação "nos termos mais fortes possíveis". Em comunicado oficial, convocou os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas para reagir rapidamente à nova violação das leis internacionais por Pyongyang.

Já o ministro de Relações Exteriores da Rússia afirmou em comunicado que o teste merece a "máxima condenação". Defendeu também diálogo imediato e negociações como as únicas formas de resolver os problemas da península da Coreia, incluindo o nuclear. 

A China condenou o teste em comunicado, expressando "firme oposição e forte condenação" à atividade e demandando que a Coreia do Norte "pare de tomar ações equivocadas que deterioram a situação".  

O diretor do Departamento Nacional de Segurança da Coreia do Sul afirmou que pretende responder à Coreia do Norte com as medidas mais severas possíveis. O presidente Moon Jae-in disse que buscará todas as medidas diplomáticas disponíveis, incluindo novas sanções do Conselho de Segurança da ONU, que também condenou o teste nuclear dizendo que a ação é "profundamente desestabilizadora para a segurança regional" e viola as obrigações internacionais do país.  

Nesta segunda-feira (4), o governo da Suíça se ofereceu como mediador para a crise envolvendo a Coreia do Norte.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]