Crianças migrantes de diferentes países latino-americanos aguardam na Casa del Refugiado, um centro aberto para auxiliar com o grande fluxo de migrantes sendo liberados pelo Departamento de Imigração em El Paso, Texas, 24 de abril. Foto: Paul Ratje / AFP| Foto:

Estima-se que quase 100 mil imigrantes sem documentos se formam em colégios americanos todos os anos, segundo um novo relatório, embora muitos não tenham a mesma proteção contra a deportação e outros benefícios que os chamados “dreamers” (sonhadores) têm.

CARREGANDO :)

O relatório, baseado em dados do censo, foi publicado pelo Instituto de Políticas de Migração, um centro de pesquisas de opinião pública não-partidário que faz pesquisas e análises para melhorar as políticas de imigração e integração.

O documento estima que cerca de 98 mil imigrantes sem documentos se formam anualmente em escolas públicas – 44% desses vivem em dois estados: Califórnia (27%) e Texas (17%). Essa estimativa é muito superior aos 65 mil que foram citados por quase duas décadas.

Publicidade

O termo "dreamers" refere-se a centenas de milhares de imigrantes sem documentos que foram trazidos para os Estados Unidos quando crianças e receberam proteção contra deportação e autorização para trabalhar pelo governo Obama.

O presidente Barack Obama assinou uma ordem executiva em 2012, chamada de programa de Ação de Deferimento para Chegadas Infantis (DACA), que o governo Trump tentou rescindir. Ordens judiciais mantiveram o programa vivo, mas nenhum novo pedido está sendo aceito. Em 31 de janeiro, 680 mil pessoas detinham o status DACA.

O relatório não especifica exatamente quantos dos quase 100 mil imigrantes sem documentos têm status DACA e quantos não têm. Alguns dos alunos podem ser recém-chegados, e outros estão nos Estados Unidos há mais tempo, mas nunca se candidataram ao programa DACA.

"Isso faz com que muitas das 98 mil crianças imigrantes não autorizadas que se formam nas escolas americanas sejam inelegíveis daqui para frente", disse o relatório. "Enquanto a formatura do ensino médio representa um marco importante na vida de muitos jovens, esses graduados estarão em risco de deportação e enfrentarão oportunidades limitadas quando buscarem trabalho e educação."

O relatório, escrito por Jie Zong e Jeanne Batalova, é baseado em dados do Departamento de Censo dos EUA e nas taxas de conclusão do ensino médio do Centro Nacional de Estatísticas da Educação. O documento foi encomendado pela Aliança dos Presidentes sobre Educação Superior e Imigração, um grupo de líderes de universidades americanas que apoiam políticas que criam um ambiente acolhedor para imigrantes nos campi escolares.

Publicidade

Os autores descobriram que cerca de 125 mil imigrantes sem documentos atingem a idade de conclusão do ensino médio, com 98 mil efetivamente se formando a cada ano.

Depois da Califórnia e do Texas, o estado com a maior parcela desses estudantes é a Flórida, com 6%. Nova York, Nova Jersey e Illinois têm 4% do total nacional. Geórgia, Carolina do Norte e Virgínia têm 3%. Arizona, Maryland, estado de Washington e Colorado têm 2%, Nevada e Massachusetts têm 1%. Há 19% em uma categoria que combina outros estados. (Os totais não somam 100% devido ao arredondamento.)