Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira mostrou que, apesar do provável veto americano, 83% dos palestinos defendem a ida às Nações Unidas em busca do reconhecimento de seu Estado. Segundo a sondagem, feita em parceria pelo Instituto de Pesquisa Harry S. Truman e a Universidade Hebraica de Jerusalém, 69% dos israelenses acham que o governo Benjamin Netanyahu deveria aceitar o que for decidido na ONU.
Para 16% dos israelenses, no entanto, o país não só tem que ignorar a decisão das Nações Unidas, como deve intensificar os assentamentos na Cisjordânia.
A pesquisa aponta ainda que 26% dos palestinos defendem o retorno de ataques armados contra militares e colonos israelenses para forçar uma retirada, enquanto 37% consideram que uma resistência pacífica e não violenta seria suficiente. Para 30%, negociações podem levar a uma saída de israelenses de território palestino.
Votação na sexta
Na sexta-feira, todas as atenções da Assembleia-Geral da ONU estarão voltadas para o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que, depois de discursar, tentará elevar o status palestino na ONU de entidade para Estado. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, falará logo depois, provavelmente com um protesto pró-Palestina do lado de fora.
Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança - EUA, Rússia, China, Reino Unido e França - estão divididos. Rússia e China apoiam a intenção palestina, enquanto França e Reino Unido devem se abster. Os EUA são contra o reconhecimento unilateral do Estado palestino, e basta um veto de um membro permanente para derrubar pleito.
Os votos dos membros rotativos Líbano, Brasil, Índia e África do Sul serão pró-Palestina. Para diminuir seu isolamento, os EUA pressionam os outros aliados europeus (Alemanha e Portugal) e a Colômbia, outro país próximo de Washington. As chances de conseguir os votos da Bósnia-Herzegovina, do Gabão e da Nigéria são pequenas, para os americanos.