Ghazi Saleh, 10 anos, em uma cama no hospital Al-Mudhafar em Taez, Iêmen. Ele pesa 8 quilos e está muito fraco para se mover ou chorar| Foto: MARZOOQ AL-JABIRY / AFP

Cerca de 85 mil crianças com menos de cinco anos de idade morreram de fome no Iêmen nos últimos três anos, desde o início da guerra civil no país. A estimativa é do grupo de ajuda humanitária Save The Children, que divulgou estudo nesta quarta-feira (21).

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Em projeção conservadora, a pesquisa indica a morte de 84.701 crianças por desnutrição entre abril de 2015 e outubro deste ano.

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O conflito iemenita opõe apoiadores do presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi e rebeldes houthi. A crise alimentícia no país ainda é agravada pelo bloqueio comercial liderado pela Arábia Saudita, que apoia o governo local.

A ONU (Organização das Nações Unidas) calcula que 14 milhões de pessoas no país vivem sob risco de fome, no que é considerada a maior crise humanitária em curso no mundo.

Segundo a Save The Children, o conflito e as sanções impostas pela coalizão saudita reduziram em mais de 55 mil toneladas métricas ao mês as importações de alimentos através do porto de Hodeida, por onde o país importa 70% de sua comida e ajuda humanitária.

Desde o início da guerra, a ONG afirmou ter fornecido alimentos para 140 mil crianças e ter tratado mais de 78 mil com desnutrição.

Confronto

O confronto envolve o governo do país - apoiado por tropas sauditas e dos Emirados Árabes Unidos e, indiretamente, pelos Estados Unidos – e os rebeldes houthis, um movimento político islâmico apoiado pelo Irã e que tinha ligações co, a monarquia iemenita, que esteve à frente do país até 1962.

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Não há sinais de trégua. Esforços liderados pelas Nações Unidas fracassaram nos últimos meses. Pelo menos 22 dos 29 milhões de habitantes do país dependem de assistência humanitária, segundo a Human Rights Watch. Dois milhões de pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas. Uma epidemia de cólera já atingiu um milhão de pessoas. Há, também 1,8 milhão de crianças desnutridas.