A polícia encontrou na quinta-feira mais 32 corpos de vítimas de esquadrões da morte espalhados por Bagdá, elevando a quase cem o total de mortos em 48 horas.
Um líder sunita disse que essas chacinas podem destruir o processo político no país árabe.
Corpos amarrados e com marcas de balas e torturas vêm sendo encontrados há meses na capital iraquiana. Mas as forças dos Estados Unidos reconheceram que desde terça-feira houve um aumento nas execuções extrajudiciais, supostamente por motivos sectários, apesar da ação militar para tentar impor a ordem.
Em um dos incidentes, seis membros de uma família xiita, inclusive duas mulheres e um bebê de 3 meses, foram mortos dentro de sua própria casa, que fica em uma escola onde o pai da família trabalha como zelador, num bairro sunita da zona oeste de Bagdá. O corpo do bebê, chamado Seif, permanecia enrolado em uma toalha ensanguentada no necrotério de um hospital próximo, com um buraco de bala na nunca.
- Os homens começaram a atirar em mim e eu fugi. Mas eles entraram na casa e mataram meu irmão. Aí arrastaram meu filhinho pelo chão - disse aos prantos o pai, Ahmed, à Reuters.
O general americano William Caldwell admitiu que "houve um pico de violência nas últimas 24 horas, e grande parte [das mortes] são homicídios na forma de execuções".
Mas ele insistiu que a situação está melhorando em bairros ocupados no último mês, como parte da Operação Juntos Avante, que incluiu o envio de reforços americanos à capital iraquiana.
- Estamos vendo uma redução sustentada no nível de violência e homicídios nas áreas-foco. Entretanto, em Bagdá, como um todo, o número de execuções está voltando a subir - afirmou.
Os militares americanos anunciaram a morte de mais três soldados, um deles de uma recém-chegada força-tarefa da 25ª Divisão de Infantaria, que ocupou o norte do Iraque nesta semana.