Quatro partidos de oposição tunisianos, dentre eles a Frente Popular, cujo líder Chokri Belaid foi assassinado nesta quarta-feira (6), informaram hoje que estão deixando a Assembleia Nacional e convocaram uma greve geral no país.
A decisão foi tomada durante uma reunião dos quatro grupos após a morte de Belaid, informou Nejib Chebbi, líder de uma das legendas, o Partido Republicanos. Também decidiram deixar a Assembleia os partidos Chamado da Tunísia e o Al-Massar. Familiares e partidários de Belaid acusaram o partido governista Ennahda pela morte do opositor.
Chebbi também exigiu a renúncia imediata do ministro do Interior Ali Larayedh, que é do Ennahda. "Nós exigimos a queda do ministério do Interior e a dissolução da Liga para a Proteção da Revolução como medias iniciais imediatas", disse ele à agência France Presse. "O ministro do Interior tem responsabilidade pessoal pelo assassinato de Chokri Belaid, porque ele sabia que Belaid era ameaçado e não fez nada."
A Liga à qual Chebbi se referiu é um controverso grupo de militantes pró Ennahda que foram implicados em vários ataques contra grupos seculares de oposição desde a revolução dois anos atrás.
A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar os milhares de pessoas que se reuniram na frente do Ministério do Interior, no centro da capital. Os manifestantes acusavam o governo de ter permitido o crime. A ambulância que levava o corpo de Belaid chegou a ser levada para a frente do Ministério.
Os manifestantes se reuniram no mesmo boulevard em que realizaram protestos, dois anos atrás, para derrubar o ditador tunisianos Zine El Abidine Ben Ali, e gritavam as mesmas palavras de ordem daquela época: "o povo quer a queda do regime!".
O uso de gás lacrimogêneo obrigou os manifestantes a sair correndo para prédios próximos gritando: "não ao Ennahda" e "Ghannouchi assassino", referindo-se ao partido islamita moderado, atualmente no poder, e a seu líder.
Após a ação da polícia, o centro da cidade ficou deserto e cheio de pedras. No lugar dos manifestantes, veículos blindados da polícia e patrulhas feitas por um tanque da guarda nacional. Grupos de policiais expulsaram manifestantes pelas elegantes ruas do centro da capital turca.
Na cidade costeira de Sousse, a polícia usou gás lacrimogêneo. Escritórios do Ennahda foram atacados em diversas cidades, segundo as rádios Radio Mosaique e Shems FM. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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