O Grupo Wagner se tornou mais conhecido no noticiário internacional a partir do final do ano passado, quando a milícia se tornou a principal força de assalto russa na batalha pela cidade de Bakhmut, naquele momento o grande palco das ações na guerra da Ucrânia.
Tal “fama” aumentou no final de junho deste ano, quando o grupo de mercenários se rebelou contra o governo russo, e chegou ao seu auge na semana passada, quando o líder do Wagner, Yevgeny Prigozhin, morreu em uma queda de avião na região russa de Tver. No avião, também estava o número 2 do grupo, Dmitry Utkin.
Para o leitor entender melhor o passado, presente e futuro (incerto) do Grupo Wagner, a Gazeta do Povo fez uma linha do tempo, com links para os principais conteúdos que o jornal produziu sobre a milícia. Confira:
Nascimento
O Grupo Wagner surgiu em meados da década passada, fundado por Prigozhin e Utkin. O primeiro recebeu o apelido de “chef do Putin” porque o presidente russo recebia chefes de Estado em seu restaurante flutuante e Prigozhin obteve contratos para fornecer alimentação para escolas, repartições públicas e as forças armadas russas. Já Utkin era um ex-militar que admirava o nazismo.
O Grupo Wagner auxiliou os separatistas pró-Rússia do leste ucraniano a partir de 2014 e as forças do Kremlin na anexação da Crimeia, naquele ano, e fez o mesmo no conflito iniciado na Ucrânia no começo de 2022.
Ascensão
O Wagner rapidamente se tornou conhecido pela crueldade dos seus métodos e começou a expandir sua atuação. Na Síria, ajudou a Rússia no apoio ao ditador Bashar al-Assad. Na Venezuela, ofereceu proteção ao ditador Nicolás Maduro.
Na África, o grupo atuou ou atua em países como Líbia, Mali, Sudão e República Centro-Africana e está envolvido na exploração de ouro, diamantes e petróleo.
Queda
A relação entre o Grupo Wagner e o governo russo começou a se esfacelar durante a guerra na Ucrânia. Prigozhin alegou falta de apoio e de competência do alto comando militar russo e em 24 de junho deste ano promoveu um motim contra o Kremlin, após afirmar que um acampamento do Wagner havia sido atacado por forças russas.
A apenas 200 km de Moscou, a marcha foi interrompida e Prigozhin aceitou se exilar em Belarus, cujo ditador, Alexander Lukashenko, intermediou um acordo para o fim da rebelião.
O Wagner se retirou da Ucrânia e moveu tropas para Belarus, onde começou a treinar militares do país, e sinalizou que concentraria suas ações na África. Entretanto, as mortes de Prigozhin e Utkin, especuladas como uma retaliação de Vladimir Putin, deixaram uma grande interrogação sobre o futuro da milícia.
Futuro
Em entrevista à Gazeta do Povo, o analista militar e coronel da reserva Paulo Roberto da Silva Gomes Filho afirmou que, após a morte de Prigozhin, o Grupo Wagner deve diminuir “consideravelmente” de tamanho e seus integrantes terão que escolher entre três caminhos.
O primeiro seria aceitar uma proposta feita pelo Ministério da Defesa da Rússia, assinando contratos e passando a integrar as forças armadas do país; o segundo seria serem recrutados por outras empresas militares privadas russas ou mesmo por agências de inteligência ou de segurança da Rússia; ou permanecer no grupo.
Para Gomes Filho, essa última opção é a mais atraente para os integrantes do Wagner que atuam na África. “Os negócios do grupo naquele continente, além de muito rentáveis, atendem aos interesses geopolíticos da Rússia”, afirmou o analista.
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