Equipe de resgate trabalha nas proximidades do local em que o avião bimotor da Aero Caribean caiu e pegou fogo, em Cuba| Foto: Escambray Daily/Reuters
Entenda o acontecimento

Havana - Um avião bimotor da empresa aérea estatal cubana Aero Carib­­bean caiu e pegou fogo em uma região montanhosa no fim da tarde de quinta-feira. Nenhuma das 68 pessoas que estava a bordo sobreviveu.

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Entre as vítimas estavam 40 cubanos e 28 estrangeiros, a maioria turistas de nove nacionalidades, sendo dez argentinos.

O voo havia decolado da se­­gunda maior cidade do país, San­­tiago de Cuba, em direção à capital Havana. Depois de perder con­­tato com a torre de controle, às 17h42 (20h42 de Brasília), a aeronave caiu perto da vila de Guasimal, na província de Sancti Spiritus, no centro da ilha.

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Testemunhas disseram que o avião voava baixo e fez uma série de manobras bruscas an­­tes de se chocar com as montanhas. De­­pois de cair, o avião pe­­gou fogo.

Ontem, as autoridades cubanas não sabiam o que provocou o acidente. O voo 883 era um dos últimos programados no dia pa­­ra sair de Santiago de Cuba, já que o tráfego aéreo na região foi suspenso logo depois por causa da aproximação do furacão To­­mas. Até ontem não havia informações sobre uma possível in­­fluência do furacão no acidente.

A imprensa local, controlada pelo Estado, divulgou informações escassas sobre o acidente, afirmando apenas que o governo criou uma comissão especial pa­­ra investigar o caso.

O avião era de modelo ATR 72-212, de fabricação europeia, construído em 1995, que já tinha realizado mais de 34 mil voos. Segundo a empresa, não era considerado um avião velho.

O acidente foi o mais grave ocorrido em Cuba nas últimas três décadas. Em 1989, um avião caiu próximo de Havana logo após decolar e matou 115 passageiros – a maioria turistas italianos – e 40 pessoas em terra.

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Desde 2002, não ocorria ne­­nhum acidente aéreo na ilha. Em março daquele ano, um biplano de fabricação soviética caiu na região central da ilha matando 16 pessoas.

Argentinos

Javier Figueroa, funcionário da Embaixada da Argentina em Ha­­vana, disse que a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, colocará à disposição das famílias dos argentinos mortos no desastre um avião da Força Aérea Argentina para que elas viajem à Cuba.

"Nós estamos em contato permanente com a chancelaria cubana e a autoridade de Aviação Civil sobre os esforços de resgate, que são feitos sob condições muito difíceis numa região montanhosa", disse Figueroa. "Isso torna o processo de identificação ainda mais complicado". Segun­­do ele, os argentinos a bordo aparentemente eram turistas e não moradores em Cuba.