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Valérie Pécresse, candidata à presidência da França pelos Republicanos, durante cerimônia em homenagem às vitimas do ataque ao Charlie Hebdo, em Paris, 7 de janeiro
Valérie Pécresse, candidata à presidência da França pelos Republicanos, durante cerimônia em homenagem às vitimas do ataque ao Charlie Hebdo, em Paris, 7 de janeiro| Foto: EFE/EPA/CHRISTOPHE ARCHAMBAULT / POOL

Valérie Pécresse, candidata do partido conservador Republicanos à presidência na França, tem sido vista como o maior desafio aos planos do presidente Emmanuel Macron de se reeleger em abril.

Primeira mulher a concorrer às eleições presidenciais pelo partido tradicional da direita francesa, de nomes como Charles de Gaulle, Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy, Pécresse é uma política experiente que já foi ministra de Educação e de Orçamento e hoje dirige a região de Île-de-France, de Paris.

Ela foi escolhida pelos Republicanos nas primárias em dezembro, vencendo uma disputa com outros quatro concorrentes em que levou 61% dos votos, e prometeu "trazer de volta a autoridade" à sua nação.

Pécresse, vista como moderada, já se descreveu como "um terço Thatcher, dois terços Merkel". Ela promete endurecer o policiamento, limitar a imigração, aumentar a idade da aposentadoria para 65 anos, enxugar o setor público e defender valores familiares.

Entre suas propostas está a redução pela metade do número de vistos de residência concedidos a migrantes de fora da União Europeia.

"Sinto a raiva das pessoas que se sentem impotentes diante da violência e da ascensão do separatismo islamista, que sentem seus valores e estilo de vida ameaçados pela imigração descontrolada", disse ela em seu discurso de vitória nas primárias.

Pesquisas

Os resultados das eleições francesas ainda são imprevisíveis, com grande parcela dos eleitores ainda indecisa faltando três meses para a votação.

Macron por enquanto é o favorito e deve chegar ao segundo turno, quando provavelmente concorrerá com um nome da direita - e segundo as pesquisas atuais, Pécresse é a candidata com mais chances de derrotar o atual presidente.

Uma pesquisa da Elabe divulgada na quarta-feira indica um empate entre Pécresse e a candidata mais à direita Marine Le Pen, com cerca de 17% cada, enquanto Macron aparece com 23% da preferência.

Em um segundo turno com Macron e Pécresse, os dois estariam empatados, com 50% da intenção de votos, de acordo com a pesquisa.

Para chegar lá, ela precisará reconquistar os eleitores do centro que votaram em Macron na eleição passada, e também os mais à direita. Estes estão divididos entre Le Pen e Eric Zemmour, ambos candidatos com forte discurso anti-imigração.

Le Pen descreveu Pécresse como a candidata "mais parecida com Macron", dizendo que os dois concordam em muitas questões.

A republicana, apesar de sua experiência, é vista como um rosto novo na disputa presidencial - assim como Macron quando venceu a eleição de 2017. Isso representa uma vantagem no momento em que os franceses estão descontentes com a política tradicional, e após os prolongados protestos dos coletes amarelos durante o mandato de Macron.

Imigração

Trabalhando pela sua imagem como possível estadista, Pécresse tem viajado para outros países europeus. Em visita à Grécia neste final de semana, a candidata marcou a sua posição linha dura em relação à imigração, postura que pode lhe render votos dos eleitores do campo mais à direita.

"Não existe Europa sem fronteiras, e a questão das fronteiras é absolutamente fundamental hoje para a construção do poder europeu", disse ela na sexta-feira em Atenas. "Não é uma Europa fortaleza, mas também não é uma Europa supermercado. Quando temos pontos de entrada obrigatórios, isso significa que há portas. Há portas e você deve passar pela porta. Para mim, esse é o meu modelo europeu."

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