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Pupilo do aiatolá

Quem é Iraj Masjedi, o braço direito da Guarda Revolucionária do Irã, que apoia terroristas no Oriente Médio

Iraj Masjedi durante um discurso em 2017 (Foto: Wikimedia Commons/Hamed Malekpour/Tasmim News)

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Iraj Masjedi, ex-embaixador do Irã no Iraque, foi apontado recentemente como sendo o novo vice-coordenador da Força Quds da Guarda Revolucionária do Irã (IRGC), que é conhecida por apoiar e oferecer treinamento para grupos terroristas que atuam no Oriente Médio, como o Hezbollah e o Hamas.

O novo cargo é considerado uma posição de destaque para Masjedi, que se torna neste momento um dos principais atores envolvidos diretamente na estratégia militar e política internacional do Irã no Oriente Médio. Ele anteriormente ocupava a posição de conselheiro sênior do comandante da Força Quds.

Segundo informações da mídia independente, sua nomeação para o cargo de vice-coordenador da Força Quds da IRGC foi anunciada através do canal do Telegram da própria IRGC, marcando uma nova fase em sua carreira já extensa no regime islâmico.

Masjedi assumirá uma função que antes pertencia, segundo informações, a Hadi Haji-Rahimi, morto em Damasco, na Síria, em abril, durante uma operação que foi vinculada a Israel, mas que até o momento não reivindicada pelo país.

Conforme notícias, a escolha de Masjedi para o cargo não foi surpreendente, considerando seu histórico e experiência prévios. Ele é conhecido por ter uma relação próxima com oficiais e autoridades de diversos governos, e espera-se que coordene as atividades de forças paramilitares que atuam sob financiamento do Irã no Iraque, Síria, Líbano e Iêmen, bem como coordene atividades relacionadas a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

A carreira de Masjedi na Guarda Revolucionária Iraniana é considerada longa e distinta. Ele serviu por 35 anos na força controlada pelos aiatolás, durante os quais ocupou várias posições de liderança, chegando a ser um conselheiro sênior para Qassem Soleimani, o antigo comandante da Força Quds, que é de fato o braço de operações exteriores da Guarda Revolucionária, morto em 2020 em uma operação liderada pelos EUA.

De acordo com informações do Irã, Masjedi tem um vasto histórico acadêmico, com mestrados em História e Gestão Estratégica pela universidade iraniana Shahid Beheshti. Ele também chegou dar aulas em diversas universidades do país islâmico.

Masjedi é descrito como um "estrategista político e um especialista em questões de defesa e segurança nacional". Ele foi embaixador do Irã no Iraque até o ano de 2022. Não há informações exatas sobre seu ano de nascimento, mas um registro de sua nomeação para o cargo de embaixador no Iraque afirma que ele nasceu em 1956, na província de Khuzistão.

Durante seu tempo como embaixador no Iraque, Masjedi foi acusado de ser um agente secreto do líder supremo do Irã, o aitolá Ali Khamenei, no país, bem como de ser um representante direto da Força Quds no local. Masjedi também foi acusado de colaborar com forças paramilitares para suprimir revoltas populares no Iraque.

O papel de Masjedi no Iraque é particularmente notável. Informações citam que ele possui ligações diretas com muitos líderes das Forças de Mobilização Popular, um dos principais grupos paramilitares que atuam no território iraquiano.

Masjedi também desempenhou um papel crucial atuando como líder de guerrilhas que operavam dentro do território iraquiano contra as forças de Saddam Hussein durante a guerra Irã-Iraque na década de 1980. Após a guerra, essas guerrilhas se tornaram a primeira corporação da Força Quds no Iraque, com Masjedi sendo o seu principal comandante, desempenhando um papel decisivo na implementação das políticas consideradas como criminosas do regime iraniano no país.

Após a invasão dos EUA no Iraque em 2003, Masjedi continuou a supervisionar as atividades da Força Quds no país, liderando inclusive ataques contra militares dos EUA no local. Ele também coordenou sequestros e assassinatos de oficiais iraquianos que buscavam limitar a influência iraniana no Iraque.

Em 2020, os EUA incluíram Masjedi em sua lista de indivíduos sancionados. Na justicativa, os americanos citaram que “durante suas décadas de serviço, ele [Masjedi] supervisionou programas de treinamento e apoio a grupos de milícias iraquianas e dirigiu ou apoiou ataques que resultaram na morte e ferimento de forças americanas”.

"O regime iraniano ameaça a segurança e a soberania do Iraque ao nomear oficiais do IRGC-QF como embaixadores na região para promover sua agenda desestabilizadora", disse a nota. Nessa época, Masjedi ainda era embaixador no Iraque.

Além do Iraque, Masjedi teve também um papel de destaque na guerra civil da Síria, enviando forças paramilitares iraquianas para atuar no país. Em abril de 2019, as Forças de Mobilização Popular realizaram uma reunião chamada “Obrigado Irã”, na qual expressaram apreço pelas ações do regime dos aiatolás no Iraque. Masjedi participou dessa reunião junto com alguns comandantes da Força Quds da IRGC.

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