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Mikheil Kavelashvili

Quem é o ex-jogador de futebol que pode se tornar o próximo presidente da Geórgia

Apoiadores dos partidos de oposição da Geórgia participam de comício em frente ao edifício do Parlamento em Tbilisi, Geórgia (Foto: EFE/EPA/ZURAB KURTSIKIDZE)

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Um ex-atacante de futebol, que atuou no time inglês Manchester City e na seleção da Geórgia, Mikheil Kavelashvili, pode se tornar o próximo presidente do país, segundo anunciou no final do mês passado seu partido político, o governista Sonho Georgiano (em tradução livre).

Kavelashvili, de 53 anos, deve ser escolhido para o alto cargo público por um colégio eleitoral neste sábado (14), depois que seu partido aboliu o uso de votos populares para eleger um presidente, mudança constitucional controversa. Agora, a eleição para presidente passará a ser realizada por um colégio eleitoral com 300 membros.

O candidato à presidência da Geórgia jogou no Manchester City entre os anos de 1995 e 1997. Posteriormente, foi "emprestado" ao clube suíço Grasshoppers, onde passou a maior parte do tempo no banco de reserva.

Em 2016, entrou de vez para a política, quando atuou como deputado pelo partido governista Sonho Georgiano. Em 2022, foi cofundador do movimento Poder Popular, que ficou conhecido por sua retórica anti-Ocidente.

Seus discursos são considerados, muitas vezes, ácidos. Em uma de suas declarações, acusou líderes ocidentais de tentarem arrastar a Geórgia para a guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Kavelashvili é o mais recente de uma série de figuras do futebol que ingressam na política georgiana. O ex-zagueiro do Milan Kakha Kaladze, que venceu a Liga dos Campeões em 2003 e 2007, é prefeito da capital, Tbilisi, desde 2017. Outro ex-zagueiro do Schalke e do Hertha Berlin, Levan Kobiashvili, também é membro do Parlamento da Geórgia.

Nos últimos meses, a Geórgia tem enfrentado uma forte instabilidade social, com protestos pelo país, que já deixaram centenas de presos.

O ex-atacante é cogitado para substituir a atual chefe de estado pró-Europa do país, Salome Zourabichvili, que foi eleita com o apoio do partido governante em 2018, antes de se desentender devido a diferenças políticas.

Os líderes opositores da Geórgia se recusaram na semana passada a participar de debates televisivos convocados pelo governo, em uma reação às operações de busca realizadas nos escritórios de partidos e organizações que participaram nos protestos antigovernamentais dos últimos dias.

Como argumento, denunciaram a “repressão” contra grupos que se opõem ativamente ao congelamento das negociações de adesão à União Europeia (UE) anunciado na nas últimas semanas pelo Executivo.

O número de detidos nos protestos e motins que já duram uma semana ultrapassa as 300 pessoas.

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