O FBI afirmou que Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, é o atirador suspeito de tentar assassinar o ex-presidente Donald Trump em seu comício em Butler, Pensilvânia, no sábado.
O comunicado oficial, da madrugada deste domingo (14), aponta que Crooks, de Bethel Park, Pensilvânia, atirou não apenas em Trump, mas também em vários participantes do comício. Uma pessoa morreu durante o tiroteio e outra está em estado crítico.
O atirador morava a cerca de uma hora de onde se realizava o comício. Crooks era registrado no Partido Republicano mas, segundo a Reuters, aos 17 anos, havia feito uma doação de 15 dólares a ActBlue, um comitê de ação política para arrecadação de doações para políticos de esquerda e democratas. O valor foi destinado ao Progressive Turnout Project, grupo de eleitores democratas.
Crooks, que se formou na Bethel Park High School em 2022, recebeu o prêmio National Math & Science Initiative Star Award por desempenho acadêmico e apareceu em um comercial da BlackRock em 2023.
O portal National Review entrevistou dois ex-colegas de escola de Crooks que compartilharam um pouco da personalidade do agressor de Trump.
Max Smith, um dos jovens que se formou na Bethel Park High School, na Pensilvânia, em 2022, com Crooks, afirmou que o ex-colega de classe era "definitivamente um solitário".
“Não acho que ele realmente tinha muitos amigos. Não acho que alguém fosse realmente super próximo dele”, disse Smith quando contatado na tarde deste domingo.
Outro ex-colega de classe, que pediu anonimato para a entrevista, afirmou que Crooks era “extremamente brilhante” e se destacava em aulas avançadas sobre política e história. “Ele se saía bem em cada uma dessas disciplinas”.
Os dois consultados pelo portal concordaram que o atirador era tímido, mas não escondia suas opiniões políticas. “Ele tinha suas opiniões políticas, e não acho que ele tinha medo de compartilhá-las”, disse Smith, que se lembrava de Crooks ocasionalmente se envolvendo em discussões antes e depois das aulas. “Não era nada louco”, acrescentou.
Apesar de falar sobre política, os entrevistados não tinham clareza sobre o espectro político no qual Crooks se encaixava. Os dois também declararam que não o enxergavam como uma pessoa ameaçadora.
Atirador teria sido visto em clube de tiro e foi apontado como vítima de bullying
O autor dos disparos durante o comício de Trump foi descrito como uma vítima de bullying na escola. O jovem de 20 anos também teria sido visto em um clube de tiro em sua cidade, Bethel Park. Os relatos são de ex-colegas de Crooks que conversaram com policiais após o ataque.
A arma utilizada por Crooks durante o ataque, um modelo semiautomático AR-15, não foi adquirida por ele, mas por seu pai. A compra teria sido feita legalmente, segundo fontes citadas pela emissora “Fox News”.
FBI está investigando falha da segurança
O FBI está liderando a investigação em parceria com as autoridades federais, estaduais e locais.
“O FBI assumiu o papel de principal agência federal na investigação do incidente envolvendo o ex-presidente Donald Trump que ocorreu hoje mais cedo em Butler, Pensilvânia. Agentes especiais do FBI Pittsburgh Field Office responderam imediatamente, incluindo membros da equipe de resposta a crises e técnicos de resposta a evidências”, disse o FBI em uma declaração na noite de sábado.
O procurador-geral Merrick Garland disse em comunicado que o FBI ATF, o Gabinete do Procurador dos EUA para o Distrito Ocidental da Pensilvânia e a divisão de segurança nacional do Departamento de Justiça estão trabalhando com o Serviço Secreto.
Segurança foi alertada, dizem testemunhas
O presidente Joe Biden e dezenas de outros líderes políticos rapidamente condenaram o tiroteio. Na noite deste sábado, a CNN divulgou que Biden e Trump falaram ao telefone.
A polícia ainda não sabe qual foi a motivação do atirador.
Fotos divulgadas pela CNN o mostram deitado no telhado de uma torre próxima, dentro do campo de visão do Serviço Secreto, com um rifle AR-15.
Testemunhas no comício de Trump disseram ter visto o homem no telhado e alertado a polícia sobre a situação. O FBI está investigando essas declarações e criou um canal na web para denúncias.
Os parlamentares republicanos prometeram investigar o caso. O presidente do Comitê de Supervisão, James Comer (R., Kentucky), solicitou o depoimento da diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, para o próximo 22 de julho.
Com informações de James Lynch, do National Review.
Deixe sua opinião