Na sexta-feira (16), o professor de história Samuel Paty, um pai de família de 47 anos, foi decapitado na França por um jovem de origem chechena de 18 anos. A motivação para o assassinato, segundo diversos meios internacionais, teria sido religiosa: Paty mostrou caricaturas do profeta Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão.
O professor trabalhava em Conflans-Sainte-Honorine, povoado da França com pouco mais de 30 mil habitantes. À agência France-Presse, alunos, pais, colegas e amigos o descreveram como um homem gentil e apaixonado pela profissão. Depois do crime, centenas de pessoas foram à escola onde Paty lecionava para prestar homenagens.
Um de seus alunos o definiu como um professor que “se envolvia nas aulas” e promovia debates. Um ex-colega seu o definiu como “um superprofessor, um homem de diálogo”. A mãe de um aluno afirmou que Paty “era um professor que gostava dos alunos, era muito atencioso”.
O jovem de origem chechena que matou o professor não era seu aluno nem estudava na escola em que Paty lecionava. Ele nasceu em Moscou e tinha um visto de refugiado na França, obtido em março deste ano. Foi morto pela polícia local logo depois do assassinato.
Reação online pode ter provocado o assassinato do professor
Segundo a agência Reuters, antes de ser assassinado, Paty foi vítima de uma campanha nas redes sociais por ter mostrado as caricaturas de Maomé em sala de aula. A polêmica começou em 7 de outubro, quando o pai de uma aluna muçulmana postou um vídeo no Facebook criticando o professor e pedindo sua demissão. Segundo o promotor do caso, o pai da aluna tem uma parente que é membro do Estado Islâmico.
Em um vídeo postado no YouTube no dia 12 de outubro, essa mesma aluna foi entrevistada por um homem que não aparece na filmagem. O homem afirmou no vídeo que o presidente da França, Emmanuel Macron, incita o ódio aos muçulmanos, e ameaçou uma manifestação.
Para resolver o problema, o diretor da escola tentou marcar um encontro com os pais que tinham ficado insatisfeitos com a aula de Paty, mas o pai que publicou o vídeo no Facebook não quis comparecer.
Os pais que compareceram ficaram satifeitos com as explicações, mas, de acordo com os promotores do caso, a escola continuou recebendo ameaças nas redes sociais.
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