Kamala Harris, principal cotada a substituir Joe Biden na corrida à Casa Branca pelo Partido Democrata| Foto: Erik S. Lesser/EFE
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Após a desistência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de concorrer à reeleição, o Partido Democrata tem até o dia 19 de agosto para escolher um novo nome para a disputa eleitoral, marcada para o dia 5 de novembro. 

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Além da vice-presidente Kamala Harris, apoiada por Biden para substituí-lo, outros membros do partido despontam como possíveis indicados para concorrer contra o candidato do Partido Republicano, Donald Trump. 

Confira abaixo alguns dos nomes que podem assumir a candidatura à presidência pelo Partido Democrata: 

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Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos 

A atual vice-presidente já era a mais cotada para ser indicada pelo Partido Democrata como candidata à Casa Branca ainda antes do endosso de Biden. O ex-presidente Bill Clinton, e sua esposa, Hillary, além de diversos congressistas do partido também já declararam publicamente apoiar Kamala. 

Primeira mulher a ocupar a vice-presidência dos Estados Unidos, ela foi considerada fundamental para a eleição de Biden em 2020, por representar minorias, sendo ela, além de mulher, negra e filha de imigrantes – sua mãe é indiana e seu pai, jamaicano. 

Antes de chegar ao atual cargo, ela foi também a primeira mulher a ser procuradora-geral da Califórnia, entre 2011 e 2017, ano em que foi eleita senadora pelo mesmo estado. Kamala é bacharel em artes pela Universidade Howard e formada em direito pela Faculdade de Direito Hastings, da Universidade da Califórnia. 

Em 2019, ela chegou a anunciar sua candidatura à presidência dos Estados Unidos para a eleição de 2020, mas acabou desistindo em meio à dificuldade em crescer nas pesquisas eleitorais. 

No primeiro ano em que assumiu a vice-presidência, Harris enfrentou um período tenso com a saída de diversos funcionário de seu gabinete, um movimento que aconteceu como consequência de brigas internas e dificuldade em transmitir sua "mensagem".

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Com isso, ela recebeu treinamento de mídia para melhorar sua capacidade de comunicar as propostas de Biden. Mesmo assim, teve dificuldades em definir sua agenda política, enfrentando naquele período críticas intensas envolvendo assuntos centrais para os eleitores, como a crise migratória.

Assim como o presidente, sua vice também é propensa a cometer gafes, como mostram alguns episódios do mandato.

Uma das cenas mais marcantes aconteceu em 2022, quando Kamala trocou em sua fala um aliado dos EUA por uma ditadura com a qual a nação não tem relações diplomáticas.

Ao visitar a zona desmilitarizada que divide a Península Coreana, Harris confundiu o aliado ao Sul com o inimigo totalitário ao Norte da linha.

“Os Estados Unidos compartilham um relacionamento muito importante, que é uma aliança com a República da Coreia do Norte”, disse Harris, não apenas nomeando o país errado, mas falhando em acertar seu nome oficial, República Popular Democrática da Coreia.

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Além das escorregadas no discurso, Kamala se tornou a porta-voz de Biden na defesa do aborto.

Um dos atos mais ferozes nesse sentido foi a turnê do aborto, iniciado neste ano, que levou a vice-presidente a vários estados americanos a fim de defender o assassinato de bebês, um negócio que tem sido lucrativo no país.

Em março, a democrata "fez história" ao se tornar a primeira pessoa no cargo a visitar uma clínica de aborto, iniciativa que rendeu grande repercussão negativa de grupos contra o aborto.

Gavin Newson, governador da Califórnia 

Governador da Califórnia desde 2019, Gavin Newsom fez carreira como empresário atuando em negócios que incluem vinícolas, restaurantes e hotéis. 

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Nascido em 10 de outubro de 1967 em São Francisco, iniciou sua trajetória política como prefeito de São Francisco, posição que ocupou de 2004 a 2011. De 2011 a 2019, foi vice-governador da Califórnia, ao lado do então governador Jerry Brown. Foi eleito para comandar o estado em 2018 e reeleito em 2022. 

Foi um dos primeiros defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo e promoveu políticas de controle de armas e de descriminalização da maconha. É conhecido ainda por defender ações contra as mudanças climáticas, focando em pautas ambientais. 

Durante a pandemia de Covid-19, adotou medidas como lockdowns e uso obrigatório de máscara como medidas para conter a disseminação do vírus. 

J. B. Pritzker, governador de Illinois 

Em seu segundo mandato como governador do estado de Illinois, J. B. Pritzker, de 59 anos, é herdeiro dos Hotéis Hyatt e conta com uma fortuna estimada pela revista Forbes em aproximadamente US$ 3,5 bilhões, o que o coloca entre os mil mais ricos do mundo. 

Como governador, aprovou a regulamentação do direito ao aborto, o controle de armas e a liberação de cassinos, além de regular a venda de cannabis para consumo recreativo e apoiar o movimento LGBTQIA+. Destacou-se também como um crítico do ex-presidente Trump. 

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Embora nunca tenha dito abertamente que deseja candidatar-se à presidência, seu nome passou a ser citado entre possíveis substitutos de Biden na corrida eleitoral de 2024. A partir de 2022, Pritzker começou a projetar-se nacionalmente, liderando funções do Partido Democrata na Flórida e em New Hampshire, e, mais recentemente, esteve em Indiana e Ohio. 

Gretchen Whitmer, governadora de Michigan 

Advogada por formação, vice-presidente do Comitê Nacional Democrata e atual governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, de 53 anos, já foi eleita deputada, em 2000, e senadora, em 2006, por seu estado. Em 2011, foi escolhida como líder da minoria no Senado, cargo que desempenhou até 2015. 

Formada em Direito pela Universidade Estadual de Michigan, ganhou atenção nacional em 2013 após contar sobre um estupro que sofreu. Durante uma discussão sobre aborto, ela relatou o abuso e disse que “agradecia a Deus por não ter engravidado”. 

Em 2016, foi designada temporariamente procuradora do Condado de Ingham. Foi eleita governadora em 2018, com 53,3% dos votos válidos, tornando-se a primeira democrata a ser eleita para o cargo desde 2006 e a segunda mulher a comandar o estado. 

É favorável a programas de energia sustentável, legalização do aborto e leis que restrinjam o acesso a armas de fogo. Diferentemente de outros democratas, é contrária a um sistema de saúde único pago pelo Estado.  

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Elizabeth Warren, senadora por Massachussets 

Junto com Bernie Sanders, a senadora por Massachussets, Elizabeth Warren é considerada uma das vozes mais proeminentes do Partido Democrata. Ela está no cargo desde 2013. 

Desde 1984, ela afirma ter ancestrais nativos Cherokee, o que nunca foi confirmado. Em 2019, pediu desculpas por se identificar como nativa, mas adversários ainda a provocam sobre o tema. Trump, por exemplo, já se referiu a ela como “Pocahontas”. 

Em 2020, ela foi cotada a ser vice de Biden, mas acabou preterida no partido por Kamala Harris. Durante o mandado de Trump, foi crítica de diversas ações tomadas pelo governo, notadamente na questão da imigração. 

Josh Shapiro, governador da Pensilvânia 

Ex-procurador-geral do estado, o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, de 51 anos, comanda o maior “swing state”, ou “estado pêndulo” – como são chamados os estados que ora garantem a vitória de republicanos, ora de democratas e, por isso, são decisivos nas eleições presidenciais. 

Como procurador-geral da Pensilvânia, Shapiro ficou conhecido por denunciar agressões sexuais cometidas por padres católicos contra crianças e processou o laboratório Purdue, fabricante do poderoso opiáceo OxyContin. 

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Foi eleito governador em 2022, derrotando o candidato republicano Doug Mastriano, apoiado por Trump. No cargo, sua postura é considerada ponderada, uma vez que atuou principalmente em questões não ideológicas em seu mandato. Com isso, obteve uma taxa de aprovação de 64%, segundo uma pesquisa do Muhlenberg College divulgada em abril. 

Outros possíveis candidatos 

Outros nomes menos prováveis incluem o secretário de Transportes, Pete Buttigieg, os senadores Cory Booker, de Nova Jersey, e Amy Klobuchar, de Minnesota, e o governador de Kentucky, Andy Beshear. As ex-primeiras-damas Hillary Clinton e Michelle Obama, que correm por fora. 

Pesquisa do jornal Washington Post, da rede ABC News e do instituto Ipsos mostrou que 29% dos eleitores democratas e independentes com tendências democratas preferem Kamala Harris como substituta de Biden. 

Outros 7% optam pelo governador da Califórnia, Gavin Newsom; 4% mencionaram a ex-primeira-dama Michelle Obama; e 3% falaram no secretário de Transportes, Pete Buttigieg. Há ainda 3% que querem governadora de Michigan, Gretchen Whitmer.