O Exército do Quênia revelou nesta sexta-feira que lançou um ataque aéreo sobre um acampamento do Al Shabab na Somália com cerca de 300 membros da milícia islâmica radical somali e que "a maioria deles pode ter morrido".
As Forças de Defesa do Quênia (KDF, sigla em inglês) informaram, através do Twitter, sobre uma ofensiva lançada ontem contra um acampamento do Al Shabab no distrito de Dinsoor, na região sudoeste de Bay, onde foram treinados os fundamentalistas que atacaram o shopping center Westgate em Nairóbi.
"As Forças de Defesa do Quênia na AMISOM - Missão da União Africana para a Somália - realizaram uma ofensiva aérea em um reduto do Al Shabab na região de Dinsoor na Somália", detalhou o relatório divulgado hoje pelo Exército queniano.
O bombardeio destruiu "completamente" o campo de treinamento do Al Shabab em Hurguun.
"No momento do bombardeio, havia no acampamento cerca de 300 milicianos, muitos dos quais podem ter morrido, enquanto outros teriam ficado feridos", asseguraram as Forças de Defesa do Quênia.
"Os terroristas de Westgate receberam treinamento neste acampamento", afirmaram.
O Exército queniano suspeita que a base de Hurguun foi utilizada para treinar terroristas que se infiltraram no país.
"Esta ofensiva é a continuação do ataque de Jillib, no qual foram assassinados os comandantes do Al Shabab, Abdullahi Ali e Abdi Fatah", disse em referência ao ataque com 'drones' da última segunda-feira contra um veículo ao sul de Mogadíscio, a capital da Somália.
Os primeiros relatórios confirmaram que quatro veículos militares e um armazém de armas dos fundamentalistas foram destruídos.
O Exército queniano avisou que "operações da mesma natureza serão desenvolvidas no futuro, dentro de um esforço maior da AMISOM para estabilizar a Somália".
O ataque complementa as operações desenvolvidas pelo governo da Somália e outras forças aliadas para "acabar com o restante do Al Shabab".
O grupo radical islâmico Al Shabab se responsabilizou pelo ataque ao shopping center, entre os dias 21 e 24 de setembro, que causou pelo menos 72 mortes (61 civis, seis soldados quenianos e cinco terroristas), segundo números oficiais.
Pelo menos 23 pessoas continuam desaparecidas após o ataque, informou, há quase duas semanas, a Cruz Vermelha do Quênia.
O Al Shabab, que afirma estar vinculado à Al Qaeda, exige a retirada das tropas da AMISOM, das quais participa o Quênia, da Somália, onde combatem aos islamitas para tentar impor o controle do governo sobre todo o território.
A Somália vive em um estado de guerra civil e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem governo efetivo e nas mãos de milícias islâmicas, senhores da guerra e organizações de criminosos armados.
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