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África

Quênia diz que a maior parte dos reféns é libertada

Soldados entram pelo portão principal do shopping Westgate, em Nairóbi, capital do Quênia | REUTERS/Goran Tomasevic
Soldados entram pelo portão principal do shopping Westgate, em Nairóbi, capital do Quênia (Foto: REUTERS/Goran Tomasevic)

O exército do Quênia informou que a maior parte das pessoas que vinham sendo mantidas como reféns por extremistas somalis havia sido libertada na operação que foi iniciada no começo da noite deste domingo, pelo horário local, no shopping Westgate, na capital Nairóbi. O porta-voz do exército diz ainda que o complexo está seguro e que a operação deve ser concluída rapidamente.

"Nossa preocupação é resgatar todos os reféns vivos e esse é o motivo pelo qual a operação é delicada", afirmou o Centro de Operações Nacionais de Desastre do Quênia na mais recente atualização das informações feita por meio de sua conta no Twitter.

O grupo militante da Somália al-Shabab assumiu a autoria do atentado. Acredita-se que entre 10 a 15 militantes entraram no edifício e armados atiraram granadas e deram início a disparos no shopping lotado, por volta do meio dia de ontem. As estimativas são de que pelo menos 200 pessoas ficaram feridas nas mais de 30 horas do atentado. O número de mortos chega a 68 pessoas, mas pode ser ainda maior. Há informações de que quatro soldados estão feridos na operação para por fim ao cerco.

No início da ofensiva, o Centro de Operações disse ainda, também pelo Twitter, que "o grande combate estava acontecendo" e que o cerco "terminará esta noite". Na conta de Twitter, o centro reportou trocas esporádicas de tiros no combate dos militantes remanescentes. Um repórter da Agência AFP disse que uma forte explosão foi ouvida do lado de fora do shopping, enquanto helicópteros sobrevoavam o local.

"Os criminosos estão localizados em um único local do edifício. Temos uma boa chance de neutralizá-los", afirmou o presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, em discurso à Nação. Kenyatta, que pediu paciência, disse ter recebido várias ofertas de assistência de países amigos, mas que por enquanto a operação permanecia conduzida pelo Quênia.

Mas as forças de segurança do país confirmaram que os israelenses "estão resgatando os reféns e os feridos". O ministro de Relações Exteriores de Israel recusou-se a confirmar ou negar o envolvimento de seus agentes.

Horror

Vítimas assustadas descrevem os momentos de horror a que ficaram submetidos quando homens armados atiraram granadas e deram início a disparos no shopping lotado por volta do meio dia de sábado, provocando correria no local.

O presidente do Quênia disse que seu sobrinho e sua noiva estão entre os mortos. O poeta de Gana e ex-embaixador do país no Brasil, Kofi Awoonor, de 78 anos, também está entre os mortos. Awoonor foi ainda enviado das Nações Unidas e embaixador de Gana em Cuba. Entre os que perderam suas vidas no atentado estão ainda cinco cidadãos norte-americanos, três britânicos, duas francesas, dois canadenses - um deles diplomata -, uma chinesa, dois indianos, um sul-coreano, um sul-africanos e uma mulher holandesa.

Este é o pior atentado ocorrido em Nairóbi desde os atentados a bomba a embaixada norte-americana conduzida pelo Al-Qaeda em 1998, quando mais de 200 pessoas morreram.

O grupo militante da Somália al-Shabab assumiu a autoria pelo atentado. No fim de 2011 o grupo al-Shabab prometeu realizar um grande ataque em Nairóbi, em retaliação ao fato do Quênia ter enviado tropas para ajudar o governo da Somália a combater os insurgentes. O shopping Westgate é de propriedade de israelenses e já havia sido identificado como um potencial alvo de ataques terroristas.

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