Somália
O grupo terrorista Al-Shabab, ligado à Al-Qaeda, diz ter cometido o ataque ao shopping Westgate, em Nairóbi, para forçar o governo queniano a retirar suas forças militares da Somália, onde participam do combate ao grupo islâmico. O presidente do Quênia prometeu não fazer concessões. O ataque ocorreu no momento em que vários grupos islâmicos violentos, em diversos países da África, atacam alvos governamentais e interesses internacionais, aproveitando-se de insatisfações locais, mas sempre partilhando um ideal anticristão e antiocidental.
72 pessoas morreram no ataque terrorista que começou no último sábado contra um shopping luxuosa de Nairóbi, no Quênia. E pelo menos 170 ficaram feridas.
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, disse ontem que as forças do país derrotaram os militantes islâmicos do grupo somali Al-Shabab, mataram cinco deles e prenderam outros 11 suspeitos de assassinar 67 pessoas num ataque ao shopping Westgate, de Nairóbi, no último sábado.
"A operação está terminada agora", afirmou Kenyatta em um discurso transmitido pela televisão. "Nós envergonhamos e derrotamos os agressores", disse o presidente queniano, acrescentando que corpos ainda estavam presos sob os escombros após o desmoronamento de parte do edifício no fim da operação.
"Como nação, nossa cabeça está sangrando, mas não está tombada", disse Kenyatta. A polícia afirmou que os militantes que invadiram restaurantes e lojas na hora do almoço no sábado, disparando balas e jogando granadas no local, foram mortos ou estão detidos.
O presidente confirmou que até agora o número de mortos é de 61 civis e seis membros das forças de segurança, além dos cinco militantes. "O Quênia encarou o mal e o venceu", disse Kenyatta.
O presidente acrescentou que não poderia confirmar os relatórios de inteligência de que uma mulher britânica e dois ou três americanos estariam envolvidos. Cientistas forenses estavam envolvidos na tentativa de identificar as nacionalidades dos "terroristas".
"No fim da operação, três andares do shopping Westgate desabaram e há vários corpos presos nos escombros, incluindo de terroristas", disse o presidente. "Esses covardes irão à Justiça, assim como seus cúmplices e patronos, onde quer que estejam."
Na segunda-feira, a conta no Twitter atribuída ao Al-Shabab negou a participação de mulheres. Já os cidadãos americanos seriam homens entre 18 e 19 anos que viriam do estado de Minnesota, que concentra a maior colônia somali do mundo.
No domingo, a Casa Branca afirmou que verificava relações possíveis entre os militantes do Al-Shabab e a comunidade somali em território americano.
Ontem, o Exército disse que havia controlado todos os prédios e que faltava encontrar dois terroristas. No entanto, o Al-Shabab afirmou que ainda mantinha reféns vivos e que havia um "número incalculável" de cadáveres no edifício.