O Quênia, que havia se comprometido a enviar forças de segurança para conter a escalada da violência no Haiti, suspendeu nesta terça-feira (12) essa ajuda ao país caribenho.
O Ministério das Relações Exteriores do Quênia alegou que o envio de mil policiais quenianos ao Haiti só ocorrerá depois que for definido um novo governo haitiano. Na segunda-feira (11), o primeiro-ministro Ariel Henry anunciou que renunciará assim que um governo de transição for formado.
Na semana retrasada, Henry viajou ao Quênia para se encontrar com o presidente William Ruto, com o objetivo de alcançar um acordo para atender a exigências da Justiça do país africano, que havia proibido o envio de forças de segurança para o Haiti.
Na volta, Henry não conseguiu retornar porque gangues que haviam libertado milhares de prisioneiros cercaram o principal aeroporto do Haiti. Ele teve que viajar para Porto Rico.
Grupos armados realizaram protestos violentos exigindo a saída do primeiro-ministro, que desrespeitou um acordo de 2022 chancelado pela comunidade internacional para convocar eleições e deixar o poder até o mês passado.
“O acordo assinado com o presidente ainda é válido, embora o envio [dos policiais] não vá acontecer agora porque definitivamente exigiremos um governo em exercício para também colaborar com ele”, disse Salim Swaleh, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Quênia.
“Porque não é possível simplesmente enviar policiais para as ruas de Porto Príncipe sem que haja um governo”, acrescentou.
Muitos países resistiam a enviar missões para o Haiti justamente devido à recusa de Henry de convocar eleições. Ele governa o país como premiê desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em julho de 2021, que inflamou as disputas entre gangues que dominam praticamente todo o território haitiano.
Além do Quênia, apenas Benin e Bahamas confirmaram até agora que enviarão policiais para o Haiti. Outros países, como Bangladesh e Chade, também prometeram ajudar, mas não especificaram o efetivo que devem enviar.
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