O governo do Quirguistão pediu à Rússia que envie tropas ao país para encerrar uma onda de violência étnica que já deixou mais de 62 pessoas mortas e feriu cerca de 800 na nação empobrecida e que abriga bases militares dos Estados Unidos e da Rússia.

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A presidente interina, Roza Otunbayeva, reconheceu que seu governo perdeu o controle no Sul, após um segundo dia de violência ter instalado o caos em Osh, segunda maior cidade do Quirguistão.

O céu de Osh está negro de fumaça provocada pelas gangues de rapazes quirguizes que, portando armas de fogo e barras de ferro, marcham em direção à vi­­zinhança usbeque e ateiam fogo em suas casas.

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Até o momento, Moscou não respondeu ao pedido de ajuda de Otunbayeva, mas, como a Rússia possui pactos de segurança com várias nações que anteriormente compunham o Estado soviético, incluindo o Quirguistão, é provável que atenda o pedido de ajuda de Otunbayeva.

Milhares de usbeques aterrorizados estão abandonando suas casas em direção à fronteira com o Usbequistão. Um repórter da Associated Press, que visitou a fronteira, viu pessoas correndo em pânico e corpos de crianças pisoteadas. O governo interino enviou tropas e tanques blindados para a cidade, mas não conseguiu conter a turbulência e declarou estado de emergência na região.

Ajuda

A Rússia possui uma base aérea no Quirguistão, protegida por um pequeno contingente de soldados, e terá de enviar mais ho­­mens se decidir ajudar o governo interino a conter a violência.

"A situação na região de Osh saiu do controle", disse Otun­­bayeva. "As tentativas de estabelecer o diálogo falharam e os conflitos e a fuga em pânico continuam. Precisamos de ajuda das forças estrangeiras para reprimir o confronto." A presidente interina disse que faltam alimentos na região depois de praticamente todos os estabelecimentos co­­merciais terem sido saqueados e fechados.

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É a pior onda de violência desde que o ex-presidente Kurman­­bek Bakiyev foi retirado do po­­der em abril, em meio a uma sangrenta insurgência, e abandonou o país. É também um teste crucial para o governo, que tem à frente a votação de uma no­­va constituição, em 27 de junho, e eleições parlamentares, em outubro.