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Com a oposição amordaçada, o regime iraniano se digladia numa guerra fratricida que chega ao ápice hoje, com uma eleição parlamentar que opõe duas correntes conservadoras antagônicas.

Mais de 48 milhões de iranianos foram convocados às urnas para escolher os 290 membros do Parlamento unicameral, em meio a uma escalada da tensão entre Teerã e o Ocidente e a uma grave crise econômica causada pelas sanções.

Apesar de o Parlamento ter poderes limitados, o pleito é visto por analistas como um teste para as fundações do regime teocrático em vigor há 33 anos.

É a primeira vez que a população vai às urnas desde 2009, quando o regime esmagou protestos contra a reeleição supostamente fraudulenta do presidente Mah­­moud Ahmadinejad.

A palavra final no imbróglio social e político que sucedeu o pleito daquele ano foi decretada pelo líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei: ele endossou Ahmadi­­nejad e escanteou de vez a oposição reformista sob pretexto de ser anti-islâmica.

Mas o pacto dos líderes conservadores se rompeu desde então, abrindo um racha na cúpula do regime.

Khamenei e seus aliados atualmente enxergam Ahmadinejad como um presidente indócil e sem compromisso com as fundações teocráticas do Estado.

A mídia linha-dura cunhou um apelido para a equipe do presidente, que passou a ser chamada de campo dos "desviados".

O atual Parlamento, dominado por políticos alinhados ao líder supremo, intimou Ahmadinejad a se explicar publicamente sobre sua suposta propensão em afrouxar as leis morais e sociais e sobre sua também presumida má gestão econômica.

O presidente deverá comparecer nas próximas semanas e, em tese, corre risco de impeachment.

A eleição de hoje joga luz sobre a queda de braço entre o presidente e o líder supremo, cujos partidários devem levar a melhor, segundo analistas, formando um Parlamento ainda mais conservador que o atual.

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