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Fome

Radicais vetam ajuda humanitária na Somália

Militantes islâmicos ligados à Al-Qaeda proibiram agências humanitárias e ONGs de entregar toneladas de suprimentos a somalis atingidos pela forte seca que assola o país africano. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 800 mil crianças correm risco de morrer caso os insurgentes não permitam imediatamente a entrada da ajuda.

O Al-Shabab, que na prática controla o sul da Somália, indicou que só permitirá a entrada de algumas poucas organizações de ajuda humanitária. Entre elas não estão, por exemplo, o Programa de Alimentos das Nações Unidas - maior distribuidor de ajuda humanitária do mundo. O grupo Médicos Sem Fronteiras publicou uma nota exortando a comunidade internacional a ampliar seus esforços.

Funcionários que tentam trabalhar em território somali dizem temer por sua segurança. A Somália está em guerra civil há cerca de 20 anos e a capital, Mogadiscio, é um território sem lei.

A ONU teme que a seca que assola o país tenha deixado dezenas de milhares de mortos nas últimas semanas. Uma multidão de refugiados cruza diariamente a fronteira para fugir para a Etiópia e o Quênia.

As Nações Unidas anunciaram que pretendem fornecer alimento para 175 mil pessoas da região de Gedo, sudoeste da Somália, e de Afgoye, noroeste da capital. "Se quisermos salvar vidas, teremos de agir já. Devemos trazer grandes quantidades de suprimentos e fazê-las chegar às crianças que mais precisam", disse Shanelle Hall, do Unicef.

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