Em meio à bagunça, no quarto andar do prédio da prefeitura de Tacloban, no leste das Filipinas, uma equipe de quatro pessoas se reveza durante 17 horas de programação por dia para dar às vítimas do tufão Haiyan uma das coisas de que precisam: mensagens de esperança.
Milhares de moradores dessa cidade filipina de 178 mil habitantes terão de reconstruir sua vida do zero depois de perder família, casa, seus pertences e seu meio de subsistência após serem atingidos pelo Haiyan, o tufão mais intenso da história do país.
Para apoiá-los, uma modesta emissora, a First Response Radio, na verdade uma pequena maleta onde há um computador portátil e uma mesa de mixagem, transmite música e informa sobre os pontos de acesso à ajuda humanitária, mas principalmente encoraja os cidadãos a seguir lutando contra a adversidade.
"As pessoas perderam tudo e não queremos acrescentar mais desgraça. Por isso insistimos que vamos nos recuperar em breve e que Tacloban voltará a ser uma grande cidade", disse Magnólia Yrasuegui, uma das locutoras da First Response Radio.
"Não há nenhuma necessidade de lançar mensagens negativas, como que o governo não fez o suficiente para apoiar os cidadãos. Queremos ser uma influência positiva", disse a jornalista.
Improviso
Magnólia trabalha há cerca de um mês na emissora e vive no improvisado estúdio instalado em uma sala sem janelas, com duas pequenas lonas e duas mesas de plástico como únicas comodidades.
Muitas das mensagens lançadas pela First Response vêm das próprias vítimas do tufão, que deixou mais de 6 mil mortos e perto de 1,8 mil desaparecidos.
Yrasuegui lembra com emoção o dia em que a equipe recebeu a mensagem de um dos desabrigados que havia perdido todos os membros de sua família, e que sensibilizou muito os filipinos.